O líder do PP, a maior formação no parlamento de Espanha, considerou na semana passada "acordos da vergonha" os pactos assinados pelo partido socialista (PSOE) para a recondução de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.

Os independentistas vão "condicionar a governabilidade da nação espanhola nos próximos meses ou anos" e conseguiram uma amnistia "sem fazerem uma única cedência ou mostrarem o mais mínimo arrependimento", antes pelo contrário, afirmou Feijóo.

"Os acordos com os independentistas quebram a igualdade dos espanhóis perante a lei", "convertem delitos em atos legais", "humilham também o poder judicial" e dão "um novo impulso ao independentismo", acrescentou.

Feijóo apelou à "reação firme e serena" de todos "os democratas espanhóis" e prometeu contestação "institucional, legal, política e social", considerando que há "cada vez mais motivos para participar" em protestos como os de hoje, nas ruas.

A amnistia negociada entre o PSOE e os catalães já tem levado às ruas diariamente milhares de pessoas, em manifestações convocadas nas redes sociais por grupos de extrema-direita para a frente de sedes do PSOE de todo o país, para o início da noite.

Estas manifestações têm sido apoiadas pelo Vox, o partido de extrema-direita que é a terceira maior formação no parlamento de Espanha.

Nas manifestações em frente da sede nacional do PSOE, em Madrid, houve já, por diversas vezes, distúrbios, cargas policiais, várias pessoas detidas e outras feridas.

Segundo a polícia, os distúrbios e cargas policiais deveram-se a grupos radicais e violentos que se infiltraram entre a maioria de manifestantes pacíficos.

O PSOE suspendeu a atividade nas sedes do partido no período da tarde por causa da possibilidade de concentrações violentas em frente dos edifícios.

Além do PSOE, dirigentes de outros partidos, incluindo o PP, condenaram as manifestações violentas nas imediações das sedes dos socialistas.

Já o líder do Vox, Santiago Abascal, disse que o Governo ordenou cargas policiais perante manifestações pacíficas e legais e pediu à polícia para "não cumprir ordens ilegais caso se voltem a repetir".

Abascal prometeu também "resistência civil longa" aos acordos dos socialistas com independentistas catalães.

Na sequência das eleições espanholas de 23 de julho, o PSOE fechou acordos com partidos nacionalistas e independentistas catalães, bascos e galegos que incluem uma amnistia para independentistas da Catalunha condenados ou com processos relacionados com a tentativa de autodeterminação da região.

O parlamento espanhol deverá reconduzir Sánchez como primeiro-ministro esta semana.

MP // PDF

Lusa/Fim