O Jazz surgiu nos Estados Unidos (EUA), mas em Portugal existe um nome que o deu a conhecer ainda durante o Estado Novo. Luís Villas-Boas, fundador das primeiras instituições jazzisticas em Portugal, o Hot Clube, em Lisboa, e o Luisiana Jazz Club, em Cascais, morreu em 1999, vítima de doença de Alzheimer.

Este ano celebra-se o seu centenário e a Égide - Associação Portuguesa das Artes criou uma série de iniciativas para celebrar esta figura.

João Moreira dos Santos, autor de dez livros sobre a história do Jazz, elaborou um roteiro biográfico sobre a vida de Villas-Boas e o papel transformador que teve na indústria musical portuguesa, nomeadamente antes e depois da Revolução de Abril.

'Luís Villas-Boas - O Pai do Jazz em Portugal' é um livro que celebra o 100.º aniversário do nascimento de Luís Villas-Boas e reúne uma primeira narrativa biográfica através de 70 entrevistas dadas à imprensa, rádio e televisão entre 1948 e 1994, acompanhando a evolução do seu pensamento e ação ao longo de quase 50 anos, bem como o percurso do Jazz no Portugal do século XX.

Nesta entrevista ao SAPO24, João Moreira dos Santos garante que uma coisa é certa: o Jazz também marcou a cultura portuguesa e a democratização da sociedade. E como será o futuro deste estilo de música camaleónica? Isso teremos de esperar mais 200 anos.

O Villas-Boas foi a pessoa que construiu praticamente todo o edifício onde assenta hoje em dia o Jazz em Portugal

Como surgiu este livro?

Este ano existe uma dupla efeméride. Por um lado, os 100 anos do nascimento do Luís Villas-Boas. Por outro, os 100 anos da realização do primeiro concerto em Portugal por um grupo estrangeiro, o Pan-American Ragtime Band, que se apresentou no Teatro da Trindade, em Lisboa.

Achei que não podia deixar passar este momento. Daqui a 200 anos quem sabe se vai existir Jazz. Pode existir outra coisa qualquer, o Jazz sempre se fundiu com outros géneros musicais e por isso este era o momento.

Quando pensei em fazer este livro, falei com a Égide – Associação Portuguesa das Artes, com a sua presidente, Ana Proença, e pensámos em ser nós a abraçar este projeto que incluía, além do livro, palestras e mesas redondas, a atuação de um sexteto que recriava a música da primeira Jazz Band americana que tocou em Portugal, em 1926, a estreia de um musical - "Tudo isto é Jazz!" - e uma exposição de pintura.

Montámos todo um programa em conjunto com o Hot Clube de Portugal, fundado pelo próprio Luís Villas-Boas, que teve lugar em fevereiro no CCB.

É importante notar que o Villas-Boas foi a pessoa que construiu praticamente todo o edifício onde assenta hoje em dia o Jazz em Portugal. Não só através do Hot Clube, em Lisboa, como também com o Luisiana Jazz Club, em Cascais, que foram de facto as instituições base que permitiram tudo aquilo que existe hoje, além do programa do Villas-Boas na rádio, também chamado 'Hot Club', a partir dos anos 40.

Seria uma lacuna cultural não se celebrar Villas-Boas. 

Sendo o Jazz uma música também contestatária, qual o papel de Villas-Boas na Revolução de Abril?

O Villas-Boas era um sindicalista bastante ativo no Sindicato da Aviação Civil (Sitava) e tem uma participação política e cívica que também se pode celebrar no contexto dos 50 anos do 25 de Abril.

Quando o Villas-Boas leva o Jazz ao São Carlos, considera que se tinha feito justiça ao Jazz. O Jazz estava agora no trono da música erudita em Portugal e era reconhecido como forma de arte válida

As artes são sempre um motivo para reivindicar...

Ele tentou sempre separar estes dois mundos. Existia o mundo do sindicalismo, em que esteve muitas vezes contra o Estado Novo, enquanto funcionário da KLM, nas negociações sindicais dos contratos coletivos pós 25 de Abril, mas no que diz respeito à arte tinha uma postura mais diplomática.

Ele nunca quis muito misturar a política com a arte. Existe até o incidente em que o contrabaixista norte-americano Charlie Haden, que veio atuar no primeiro Festival Internacional de Jazz em Cascais, em 1971, no grupo de Ornette Coleman, um saxofonista negro e um dos grandes inovadores do movimento do Free Jazz das décadas de 50 e 60, decide fazer uma dedicatória aos movimentos de libertação de Angola, Guiné e Moçambique, em plena guerra colonial, acabando por ser detido pela PIDE, levando também o Villas-Boas à PIDE.

Nessa altura, Villas-Boas fica sempre com uma grande mágoa em relação a este assunto, porque tinha medo que o festival tivesse acabado naquele dia. Enquanto cidadão podia achar bem aquilo que foi dito e uma boa alfinetada a Marcelo Caetano, mas como produtor os seus planos de divulgação do Jazz poderiam estar em causa.

Mais tarde, em pleno verão quente, em 1975, traz também ao teatro São Carlos, que era um teatro elitista, que só dois anos antes tinha abandonado a obrigatoriedade de usar casaca, a dupla Bill Evans e o contrabaixista Eddie Gómez, que causou imensos problemas.

Na altura, havia as barricadas que bloqueavam as estradas e achavam que o piano elétrico que eles transportavam numa carrinha de caixa aberta era uma metralhadora pesada de um dos movimentos de 1975. O Villas-Boas dizia que esse concerto era a coroa de glória da carreira dele. Isto porque, quando ele nasce em 1924, foi também um ano importante para o Jazz.

Nessa altura, grandes figuras com relevância escreviam artigos demolidores contra o Jazz. O mais conhecido era o escritor Ferreira de Castro, que dizia que o Jazz era uma música de “selvagens”. Quando 50 anos depois Villas-Boas leva o Jazz ao São Carlos, considera que se tinha feito justiça ao Jazz. O Jazz estava agora no trono da música erudita em Portugal e era reconhecido como forma de arte válida.

Desde os anos 30 e até nos anos 40 existem publicações em que o Jazz é visto como uma música infernal, diabólica, em que se aconselham os pais de boas famílias a não deixarem as filhas irem a bailes

O Jazz como música no mundo é um movimento norte-americano dos anos 20. Em Portugal só a democracia é que o torna aceitável?

São muitos anos de ostracismo e de diferença em relação à realidade internacional. Até nos anos 40, quando o Villas-Boas quis legalizar os estatutos do Hot Clube junto das entidades políticas, isso foi muito difícil e tiveram de purgar os estatutos de qualquer referência ao Jazz e usar uma versão falsa que dava para qualquer tipo de associação, como ranchos folclóricos. Foram necessários quatro anos para o Estado Novo aprovar os estatutos.

Mais tarde, em 1953, o Hot Clube teve dificuldades financeiras e decidiram fazer festivais de música para conseguir dinheiro para as rendas. Quiseram chamar-lhe Festival de Jazz, mas o regime não deixou e tiveram de lhe chamar Festival de Música Moderna nas primeiras três edições. Só em 1958 é que permitiram que se chamasse Festival de Jazz.

Existem ainda documentos que revelam que, nos anos 40, a Federação da Sociedade de Cultura e Recreio pede ao governo que se acabe com isto do Jazz porque está a dar cabo da juventude e a dança, nomeadamente o swing, o que incomodava muito. O Villas-Boas era a cara desta luta e conseguiu implementar o Jazz mesmo quando estava tudo contra ele, até a Igreja.

O que é que a Igreja tinha contra o Jazz?

Desde os anos 30 e até nos anos 40 existem publicações em que o Jazz é visto como uma música infernal, diabólica, em que se aconselham os pais de boas famílias a não deixarem as filhas irem a bailes onde se toque Jazz.

E o poder político?

O poder político também estava contra o Villas-Boas. Repare-se que, nos anos 40, a guerra tinha acabado, mas Salazar tinha alinhado com as forças do Eixo e continuaria no poder mais algum tempo e via o Jazz como subversivo e, por isso, está tudo contra este estilo de música.

Quando muda esta realidade?

Pouco antes da revolução, nos anos 70, e depois do 25 de Abril, onde se dá o boom do Jazz em Portugal com concertos de norte a sul do país.

Existe um mercado para o Jazz, não é um mercado vasto, é um pouco como o da música erudita ou da Ópera, mais amplo do que já foi, mas não é democratizado como o da Pop ou até o Fado

Apesar de toda esta história de conquista de um lugar antes e depois do 25 de Abril, o Jazz ainda é uma música de nicho?

Ao lermos o livro, que tem 70 entrevistas dadas pelo Villas-Boas, existe algo que é muito claro: o Villas-Boas tinha uma enorme esperança que as novas gerações a partir dos anos 70 chegassem ao Jazz e percebessem que o Jazz era mais musicalmente apurado do que aquilo que se ouvia na altura, como o Pop.

Este foi um objetivo conseguido, hoje em dia existem muitos mais músicos de Jazz do que tínhamos até ao 25 de Abril. Temos hoje centenas de músicos. 

Ao nível do público, o festival Cascais Jazz traz uma grande democratização. Só na primeira edição, em 1971, já contava com 10 a 12 mil pessoas. Mas depois, quando os concertos de Rock começam a chegar em força no final dos anos 70 e início de 80, muito do público que estava no Jazz porque não havia mais nada e o regime não permitia acabaria por partir para outras músicas.

O Jazz acaba por perder muito público no Cascais Jazz e até tem de mudar de lugar, do Pavilhão dos Desportos de Cascais para o Pavilhão dos Salesianos no Estoril, e passa a ter cerca de duas a três mil pessoas.

Depois, este não é um género de música massificado. Na televisão não há um único programa dedicado ao Jazz e na rádio sempre existiram poucos.

Existe o meu programa na Antena 2, o 'Jazz a 2', e vão existindo algumas coisas em rádios locais. Temos sim muitos mais músicos e orquestras, coisa que não existia antes do 25 de Abril.

Eu diria que existe um mercado para o Jazz, não é um mercado vasto, é um pouco como o da música erudita ou da Ópera, mais amplo do que já foi, mas não é democratizado como o da Pop ou até o Fado.

Existem hoje em dia várias gerações de músicos formadas em Portugal graças ao Villas-Boas que podem tocar Jazz em qualquer parte do mundo

Acaba talvez por aparecer nas rádios por gosto do locutor e não propriamente por ser comercial?

Sim, provavelmente é ainda uma coisa de nicho. Ou seja, o sonho do Villas-Boas está parcialmente cumprido no que diz respeito aos músicos, que mantêm o género musical vivo.

O público não evoluiu tanto, o que é pena, mas ficou o ensino, que também era um sonho do Villas-Boas. Existem várias entrevistas em que perguntam ao Villas-Boas o que é que ele fazia se fosse rico, e ele diz sempre que seria uma Escola de Jazz, e fez duas: o Hot Clube, em Lisboa, e o Luisiana, em Cascais.

Existem hoje em dia várias gerações de músicos formadas em Portugal graças ao Villas-Boas que podem tocar Jazz em qualquer parte do mundo.

Para a maior parte das pessoas, a partir do momento em que os Afro-americanos pudessem dominar a cultura, deixariam de ser uma raça inferior e essa era a última vitória da supremacia branca

No que diz respeito ao Hot Clube, esta também é uma casa com uma história controversa?

Sim, é verdade. O que aconteceu foi que, em finais de 2022, com as grandes inundações que aconteceram em dezembro, houve uma infiltração no clube, na Praça da Alegria, e como o prédio é da Câmara teve de ser fechado porque não reunia condições de segurança. Mas recentemente a Câmara já aprovou a concessão do prédio ao Hot Clube e eles irão ficar com o prédio inteiro. Estará de regresso e com condições que nunca teve.

O Hot é assim, as grandes mudanças são feitas com grandes tragédias. Quando o Hot Clube reabre em 2009 depois de um incêndio que o obriga a mudar de edifício, passa a ter umas condições que nunca teria tido no antigo número 39, onde nasceu. Passa a ter mais camarins, mais espaço, um melhor palco e mais moderno.

Agora vamos assistir a isso novamente porque vai ficar no mesmo edifício e irá ter um novo museu, que só é possível com esta tragédia.

Repare-se que, quando o clube é fundado em 1948, e antes disso existia o programa de rádio do Villas-Boas, já com o nome 'Hot Club', a representação do luso-africano em Portugal era uma representação muito redutora e racista.

Basta dizer que em 1934 tinha havido uma exposição colonial no Parque Eduardo VII em que os africanos eram exibidos de forma pouco digna. Quando o Villas-Boas aparece a querer legitimar o Jazz, que é uma música de afro-americanos, as pessoas não percebem bem o que está a acontecer. Eram um pouco considerados indígenas e as pessoas não percebem.

Existiam diferenças irreconciliáveis nessa altura. Pode pensar-se que, para a maior parte das pessoas, a partir do momento em que os afro-americanos pudessem dominar a cultura, deixariam de ser uma raça inferior, e essa era a última vitória da supremacia branca. A luta pela legitimidade do Jazz é também uma luta para colocar estas pessoas nos grandes palcos.

Na América do Norte isto já tinha acontecido. Aqui acontece 50 anos mais tarde?

Não é bem 50 anos mais tarde. Antes do Jazz havia o Ragtime, que existia nos finais do século XIX e até ao início da Primeira Guerra Mundial. A primeira vez que se usa a palavra Jazz em Portugal é em 1919, e nos Estados Unidos (EUA) isso acontece em 1913, pelo que não existe grande diferença.

Depois em 1924 acontece por cá um primeiro concerto. E depois disso, a partir da Ditadura Militar, em 1926, a sociedade fecha-se. A isto junta-se a Guerra Civil espanhola e a Segunda Guerra Mundial, e o país acaba por não acompanhar o que se está a fazer lá fora. Quem traz o Jazz novamente é o Villas-Boas em 1945 e nós retomamos a ligação ao Jazz com ele.

Com o Jazz, os cidadãos de origem africana passam a conseguir atingir o mais alto nível de civilização, que é afinal de contas a produção de arte e de cultura.

O Jazz teve um papel importante na luta contra o racismo nos EUA. Como foi por cá?

Ainda tem imensa importância nos EUA. Existe uma canção da Billie Holiday, ‘Strange Fruit’, que foi proibida de tocar na rádio quando foi gravada em 1939 e esse “estranho fruto” dos EUA são os linchamentos de negros. Esta foi uma realidade que existiu nos EUA até meados dos anos 70.

Eu costumo fazer passeios por Lisboa em locais icónicos do Jazz e quando chego ali ao cinema Monumental, no Saldanha, conto sempre a história de quando a Ella Fitzgerald, cantora norte-americana, negra, veio a Portugal em 1966 com a orquestra do pianista Duke Ellington, que até tem fotografias com o Eusébio. A verdade é que a Fitzgerald era tratada aqui como uma celebridade e fazia capa de revista, mas quando regressava aos EUA tinha de entrar pelos hotéis pela porta dos fundos, porque se não o fizesse os clientes do sul do país recusavam-se a ficar novamente naqueles hotéis.

Já em 1930, Artur Portela Pai, fundador do Diário de Lisboa, escreve nesse mesmo jornal, depois de ir ver um grupo afro-americano ao Coliseu de Lisboa, que “o Jazz é a carta de alforria dos negros”, e ele estava certo. O Jazz imprime essa função e os cidadãos de origem africana passam a conseguir atingir o mais alto nível de civilização, que é afinal de contas a produção de arte e de cultura.

Quando o Villas-Boas morre em 1999, o Expresso escreve um artigo que diz que “Luís Villas-Boas deu a Portugal a revolução antes da Revolução”, referindo-se precisamente ao episódio do Charlie Haden, que denunciou a guerra colonial e apelou à libertação das colónias.

O Jazz conseguia a mudança, mas foi alguma vez música de intervenção?

Não, de maneira nenhuma. Não tinha a força popular de um José Afonso ou de um Sérgio Godinho. Lá fora foi bastante, por cá não tanto.

Existia até um problema de identificarem o Jazz português até uma certa altura com a ditadura. O quarteto do Hot Clube de Portugal chega a ir tocar à Bélgica, em 1963, a um festival de Jazz, e é apupado em palco, porque Portugal era considerado na Europa Ocidental o último reduto dos fascismos.

Acaba então por ser uma feliz coincidência o centenário do Luís Villas-Boas calhar nos 50 anos do 25 de Abril?

O Luís Villas-Boas era um homem de Abril. No dia 25 de Abril existe uma fotografia do Villas-Boas no Largo de Camões a celebrar e a ver o que se passava na rua. Ele viveu aquilo.

No próprio dia telefonam-lhe para não ir ao aeroporto trabalhar e ele mete-se no carro e ajuda a desviar os aviões da KLM. Apesar de tudo, era um homem de Abril, mas sabia que não podia misturar o Jazz e a democracia, sob pena de não ter Jazz.

Sabe-se também que existia um dossiê da PIDE que desapareceu na Torre do Tombo relativo ao Hot Clube, e por isso sabe-se que existiam informadores dentro do clube para controlar elites artísticas várias. Esses eram ambientes muito propícios a revolta e por isso estavam sempre vigiados.

A cultura e as revoluções estão sempre de braço dado...

Sim, porque o artista tem de ser livre. Um artista com amarras não consegue exprimir toda a sua criatividade. E os regimes mais opressivos tentam sempre abafar.

Era um homem com uma grande capacidade de fazer amigos que o ajudavam na sua cruzada

Daí o valor do Villas-Boas, porque com a sua diplomacia ele chegou a conseguir, antes da revolução, em 1945, fazer um programa de rádio na Emissora Nacional, apesar de passar depois para a Rádio Clube, onde esteve até ao final dos anos 60.

Recorde-se que a Emissora Nacional era dirigida por António Ferro, diretor do Secretariado da Propaganda Nacional (SPN).

Venceu pela capacidade diplomática?

Mais do que a diplomacia, era um homem com uma grande capacidade de fazer amigos que o ajudavam na sua cruzada, e isso é uma característica fundamental para vencer naquele período da história.

O que se espera para o futuro do Jazz?

O Jazz é uma música camaleónica e muda até quando acontece à nossa frente. Por isso, mudará ao longo dos anos

Sabe-se que as massas demoram sempre duas a três gerações para assimilar o que é novo. Ou seja, três gerações depois é onde o Jazz está agora em Portugal.

Eu acho que o Jazz atingiu um ponto de maturidade como nunca atingiu neste momento. Existem licenciaturas, mestrados, doutoramentos, instituições fortes em Portugal e está para ficar como música de nicho. 

O facto de não estar presente nos media faz com que não cresça mais que isto, a não ser que venha um fenómeno de popularidade como foi o caso do Salvador Sobral e o interesse que despertou pelas suas origens no Jazz, onde continua.

Depois existem outros músicos portugueses muito bem colocados no estrangeiro e isso pode ser uma das marcas do Jazz português, que é ter talentos lá fora.

Na música poderá vir a ser uma fusão com as músicas do mundo, nomeadamente o mundo que fala português. O Jazz que ouvimos hoje pode ser muito diferente do Jazz do futuro. Aliás, o Jazz de agora já não é o mesmo dos anos 80 e não será nos próximos anos.

O Jazz é uma música camaleónica e muda muito. O Jazz muda até quando acontece à nossa frente em espetáculos. Por isso, mudará ao longo dos anos. Pode haver até um dia em que morra e já não estejam lá os elementos essenciais do Jazz e é mesmo assim, como aconteceu com outros estilos de música.