O autómato, desenvolvido pelo Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC-TEC), da Universidade do Porto, e financiado em 4,3 milhões de euros por fundos europeus, permite sobretudo uma cooperação com “benefícios ergonómicos” para o operador humano, explicou à Lusa Germano Veiga, coordenador do projeto “ColRobot”.

“Há uma tendência geral do mercado para evoluir no sentido de robôs colaborativos e esta é mais uma contribuição nesse sentido”, explicou o investigador do INESC TEC, salientando a “colaboração mais próxima e mais intensa” deste robô que pode partilhar o espaço dentro de uma carrinha, por exemplo, em que executa “o aparafusamento de elementos em operações menos ergonómicas.”

A segurança dos trabalhadores é também reforçada, na medida em que a autonomia do braço robótico não se sobrepõe à dos sensores que reagem à presença de operadores de carne e osso e que, “de alguma forma, trabalham de modo cooperativo, no sentido de continuarem a produzir”, enquanto compensam erros humanos, como a falta de parafusos ou de outras ferramentas.

“Essa é a grande novidade deste tipo de sistemas: serem autónomos, resilientes ao erro”, adianta o investigador, enquanto admite que “na robótica, há sempre este dilema – e esta pergunta recorrente – de estarmos ou não a substituir os operadores. É um percurso que é preciso fazer, mas o importante é que este tipo de desenvolvimentos se foca naquilo que é menos interessante para ser feito pelos operadores”, resumiu.

Se para Germano Veiga “a indústria automóvel é o paradigma da robotização e da automatização”, já o fabrico de satélites “é exatamente o oposto”, pelo que o projeto “ColRobot” poderá “trazer o robô para uma indústria que não conhecia a automação”.

Segundo o especialista em robótica, “o fabrico de um satélite é tão precioso que qualquer automação tem de ser supervisionada por um operador e a natureza colaborativa do robô”.

Germano Veiga descreveu mesmo como “impensável, nos dias que correm, um autómato ou robô fazer sozinho uma operação num satélite, porque é tudo demasiado caro para se arriscar”, sendo, portanto, a área de ação ideal para a implementação de tecnologias colaborativas.

O próximo passo, ou trajeto sobre rodas, deste robô passará pela industrialização do protótipo e de alguns dos seus componentes, a partir de um projeto de colaboração com marcas automóveis, ao que se seguirá, de acordo com o coordenador do INESC TEC a fase de procura de investidores.

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