“Os Estados Unidos anunciaram restrições à Huawei porque querem manter o predomínio da indústria da tecnologia de ponta”, porém, “se o mercado global continuar a permitir que os Estados Unidos façam o que querem, está a ser enviado um sinal muito perigoso” para os negócios mundiais, afirmou hoje o representante da companhia chinesa para as instituições europeias, Abraham Liu, em Bruxelas.

Falando num debate no centro de cibersegurança da empresa na capital belga, Abraham Liu vincou que, caso as intenções da administração norte-americana avancem, “o mundo inteiro pode, gradualmente, passar de um sistema ordenado e equilibrado para uma onda de incerteza, irracionalidade e caos”.

Os Estados Unidos consideraram em maio que a Huawei constitui uma ameaça à segurança nacional e disseram que queriam banir o grupo dos Estados Unidos, mas acabaram por conceder isenções temporárias a determinadas empresas norte-americanas que negoceiam com o grupo chinês, permitindo-lhes vender alguns produtos ou mudar de fornecedores.

Entretanto, a administração norte-americana prolongou por 90 dias as isenções que permitem ao grupo chinês de telecomunicações Huawei continuar a fazer negócios nos Estados Unidos, anunciou o secretário do Comércio, Wilbur Ross.

A Huawei exige, então, o fim destas anunciadas barreiras da administração norte-americana às compras feitas por empresas nos Estados Unidos à tecnológica, que deverão entrar em vigor, como agora se prevê, no final deste ano.

“Um mercado tem de ser composto de escolhas”, salientou Abraham Liu, no debate que hoje decorreu em Bruxelas.

Aludindo às restrições, que abrangem nomeadamente o desenvolvimento das redes móveis de quinta geração (5G), o responsável da Huawei vincou que, “se apenas um jogador tem o direito de participar [no mercado], esse não é um procedimento justo”.

A cibersegurança também tem vindo a ser uma preocupação na União Europeia (UE), tendo já o executivo comunitário exigido aos Estados-membros que tomem medidas para garantir a segurança nas redes 5G, que podem passar, desde logo, por banir empresas que sejam problemáticas.

Desvalorizando esta possibilidade no caso da Huawei, Abraham Liu falou num reforço da cooperação entre a companhia chinesa e governos, operadoras e empresas na UE, tendo em vista a “construção de um ecossistema digital próspero”, nomeadamente no que toca ao 5G.

Criada em 1987, a Huawei opera em 170 países e regiões do mundo, tendo um total de 180 mil funcionários, 13 mil dos quais na Europa.

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