A Torre Glòries, em Barcelona, vai acolher um centro operativo para lutar contra as notícias falsas (fake news). A informação é avançada pela agência espanhola Efe, que explica que a rede social norte-americana assinou um acordo com a empresa Competente Call Center (CCC), que arrendou oito pisos na torre de 144 metros.

Fontes da imobiliária Engels & Völkers confirmaram à Efe que os escritórios arrendados pela CCC vão ser ocupados por empregados que trabalharão para a rede social de Zuckerberg.

O suplemento económico Cinco Días, do jornal espanhol ‘El País’, diz que este centro operativo, onde deverão trabalhar 500 pessoas, vai entrar em funcionamento nos próximos meses.

A CCC foi responsável pela abertura de um outro centro de controlo de conteúdos para o Facebbok, em Essen, na Alemanha. Com praticamente o mesmo número de funcionários a ser instalado no arranha-céus de Barcelona, não se sabe se estas instalações vão ser um complemento à unidade germânica ou a vão substituir por completo.

A unidade alemã, explica a publicação espanhola, dedica-se à eliminação de conteúdo considerado nocivo na rede social.

A CCC, que tem sede em Viena e está presente em nove países europeus, já começou a recrutar o meio milhar de empregados que farão parte da equipa para o Facebook em Barcelona. São procurados, por exemplo, gestores de redes sociais para línguas como o francês, o italiano e Português (de Portugal e do Brasil) e o espanhol em todas as suas variantes, entre vários outros idiomas, o que deixa antever uma vocação internacional deste centro.

A empresa fundada pelo norte-americano Mark Zuckerberg tem estado no centro de uma grande polémica nas últimas semanas, depois de ter sido denunciada a fuga de dados pessoais de milhões dos seus utilizadores, fornecidos à consultora Cambridge Analytica.

Centros como o de Essen servem para a Facebook controlar aquilo que acontece dentro da rede social. Na Alemanha, são apagados comentários, vídeos ou fotografias que vão contra as regras da plataforma.

Nos últimos meses, Zuckerberg tem sublinhado o compromisso da empresa com a segurança do conteúdo, eliminando contas falsas, mensagens não solicitadas, mensagens que incitem ao ódio ou que possam ser uma apologia do terrorismo, descreve a publicação espanhola.

Para além disso, no rescaldo do escândalo Cambridge Analytica, a empresa redesenhou as ferramentas com que os utilizadores controlam a respetiva privacidade naquela rede social; no conjunto de alterações surgem também ajustes à normativa europeia sobre proteção de dados, que entrará em vigor a 25 de maio, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).