Estas posições otimistas sobre os próximos anos do país foram transmitidas por António Costa no encerramento de uma sessão sobre a reprogramação do PRR no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia aprovou a revisão do PRR de Portugal, que ascende agora a 22,2 mil milhões de euros, alteração que teve em conta a elevada inflação e o impacto da guerra na Ucrânia.

“A nossa economia vai acelerar a sua mudança com o PRR. Estamos a fazer um investimento que não aumenta o PIB hoje ou em 2025. Estamos a falar de investimentos que vão acrescentar oito mil milhões de euros de volume de negócios à economia portuguesa a partir de 2026”, sustentou.

De acordo com o líder do executivo, o efeito transformador do PRR passará pela criação de 18 mil postos de trabalhos, dos quais “11 mil altamente qualificados”.

“Esta mudança vai permitir que o país mude estruturalmente”, completou, antes de se manifestar otimista em relação à capacidade de o país executar a tempo os cerca de 22 mil milhões de euros do PRR.

Neste ponto, António Costa defendeu mesmo que, no caso específico português, “felizmente que o relógio não pára”. Advogou então a tese segundo a qual o país funciona melhor sob pressão quando tem desafios pela frente.

“Se repararem bem, o país é sempre excecional nos momentos excecionais. Há 25 anos havia muitas angústias sobre a Expo 98, mas foi um enorme sucesso; tivemos uma enorme angústia sobre o que ia acontecer no Euro 2004 de futebol, se havia muita violência, mas não houve violência nenhuma e tudo foi pacífico; ainda este ano estava toda a gente angustiada com a Jornada Mundial da Juventude, como se sobreviveria a essa invasão de jovens, mas foi mais um grande sucesso”, declarou.

Ou seja, em conclusão, de acordo com o primeiro-ministro, os portugueses “são excecionais em momentos excecionais”.

“A nossa grande dificuldade é ser excecional no dia-a-dia da nossa normalidade — e felizmente o PRR nos impõe essa excecionalidade, porque essa é a condição em que nós funcionamos melhor”, reforçou.