Segundo a equipa internacional de astrónomos que assina um artigo publicado na revista da especialidade Nature Astronomy, o Hígia reúne os requisitos para ser classificado como planeta-anão: orbita o Sol, não é uma lua, terá massa suficiente para, por ação da sua própria gravidade, adquirir uma forma quase esférica e, ao contrário de um planeta, não tem as proximidades da sua órbita desimpedidas.

Pela primeira vez, os astrónomos conseguiram observar o asteroide com uma resolução suficientemente alta para estudar a sua superfície e determinar a forma e o seu tamanho, refere em comunicado o Observatório Europeu do Sul, organização da qual Portugal faz parte e que opera o telescópio no Chile com que foram feitas as observações, o VLT (Very Large Telescope, Telescópio Muito Grande).

Muito embora os resultados alcançados, a única entidade que tem competência para classificar e nomear corpos celestes, como os planetas-anões, é a União Astronómica Internacional (UAI), dirigida pela astrónoma portuguesa Teresa Lago.

Foi a UAI que, em 2006, despromoveu Plutão a planeta-anão, passando o Sistema Solar a ter oito planetas (Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno) e cinco planetas-anões.

Depois de Ceres, Vesta e Pallas, Hígia é o quarto maior asteroide do Sistema Solar, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, na chamada Cintura de Asteroides.

Uma vez que Hígia tem 444 quilómetros de diâmetro, a ser confirmada a sua classificação como planeta-anão, será o sexto e o mais pequeno dos planetas-anões do Sistema Solar, pois Ceres, considerado o planeta-anão mais pequeno do Sistema Solar, tem 946 quilómetros de diâmetro.

Plutão, o mais conhecido dos cinco planetas-anões do Sistema Solar, está na Cintura de Kuiper, uma região para lá de Neptuno, e tem cerca de 2.400 quilómetros de diâmetro.