No período entre setembro de 2018 e setembro de 2019, registaram-se na Segurança Social britânica, um requisito para poder trabalhar no país, 23.570 portugueses, contra 18.494 nos 12 meses entre setembro de 2017 e 2018, indicam documentos do ministério do Trabalho e Pensões britânico.

O aumento de 27% foi o maior entre todas as nacionalidades no período em análise, seguido de Itália e Espanha, que registaram subidas de 18%.

Este é o segundo trimestre consecutivo de aumento de chegadas de portugueses ao país depois de três anos de quedas consecutivas nas inscrições de portugueses, que em 2018 caiu para 18.871, o mais baixo desde 2011.

O auge foi registado em 2015, quando se inscreveram na Segurança Social britânica 32.301 portugueses, quase o dobro dos 16.350 registados em 2011.

Desde 2016, ano em que 52% dos eleitores britânicos votaram num referendo a favor da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que a imigração europeia decresceu acentuadamente, incluindo a portuguesa.

Após um pico de 190.000 em junho de 2016, o número de cidadãos da UE em busca de trabalho no Reino Unido caiu para 90.000 entre junho de 2018 e junho de 2019, o nível mais baixo desde 2012.

Significativo é o saldo migratório [diferença entre número de imigrantes e emigrantes] de cidadãos europeus no Reino Unido, que caiu para 48 mil no período entre junho de 2018 e junho de 2019, para o nível mais baixo em 16 anos, de acordo com os dados do instituto de estatísticas Office for National Statistics divulgados hoje.

“As razões incluem fatores como o menor valor da libra, tornando o Reino Unido menos atraente, a melhoria das perspetivas económicas nos países de origem da UE e eventualmente a incerteza política do processo prolongado do ‘Brexit'”, comentou a diretora do Observatório da Migração da Universidade de Oxford, Madeleine Sumption.

A questão da imigração tem sido discutida durante a campanha para as eleições legislativas britânicas de 12 de dezembro, tendo os partidos Conservador e o Partido do Brexit defendido o fim da liberdade de circulação com a UE e introdução de um sistema mais restrito e seletivo com base em pontos, semelhante ao usado pela Austrália.

O Partido Trabalhista quer negociar a continuação da liberdade de circulação no âmbito de um novo acordo para o ‘Brexit, enquanto que os Liberais Democratas pretendem cancelar a saída da UE e parar o ‘Brexodus’, o êxodo dos imigrantes europeus.

No entanto, a académica da Universidade de Oxford afirma, que as políticas não são o único fator que influencia os fluxos migratórios, e que “o estado da economia, a procura de trabalhadores por empregadores do Reino Unido, as condições nos países de origem podem ter um grande impacto”.

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