O tribunal absolveu a romancista das acusações de “tentar minar a integridade do Estado” e de “pertencer a um grupo terrorista” e ordenou a retirada da acusação de “fazer propaganda terrorista”, noticia a agência France-Presse.

Asli Erdogan, de 52 anos, é autora de vários romances e foi colaboradora num jornal local pró-curdo, o Ozgür Gündem, encerrado por decreto em 2016.

As autoridades turcas acusaram Asli Erdogan de ter colaborado com o Ozgür Gündem, de ajudar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo armado há vários anos em conflito com a Turquia e descrito por Ancara como “terrorista”.

A escritora, que reside atualmente na Alemanha, não esteve presente na audiência, mas o seu advogado leu um texto em seu nome no qual Asli Erodgan afirmou que uma acusação com base em “textos literários é algo que a razão dificilmente pode aceitar no século XXI e que atropela os valores sobre os quais a lei e a literatura se baseiam”.

Asli Erdogan sublinhou ainda que a natureza política dos seus artigos para o Ozgür Gündem “estava limitada à (denúncia de) violações dos direitos humanos” e exigiu a sua absolvição.

A sua prisão e detenção por mais de 130 dias, em 2016, provocaram indignação em todo o mundo.

Para as organizações humanitárias, este julgamento “mostrou bem os crescentes ataques à liberdade de expressão” na Turquia, em particular desde a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho de 2016.

Após o golpe fracassado, o Governo de Recep Tayyip Erdogan levou a cabo uma repressão implacável que não poupou a comunicação social nem os meios intelectuais.

Apesar do nome, Asli Erdogan não tem qualquer relação com o Presidente Erdogan.

Embora seja física de formação, iniciou a sua carreira literária em 1994 e recebeu, em 2018, o Prémio Simone de Beauvoir pelos direitos humanos e liberdade das mulheres.

Nos quatro meses e meio em que esteve detida e acusada de terrorismo foi, segundo a própria garantiu ao jornal alemão Deutsch Welle, submetida a tratamento de tortura.

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