“A política ambiental e a política nacional do [Presidente Jair] Bolsonaro é um desastre para o Brasil. É um desastre para a educação, saúde e especialmente para o meio ambiente porque está [no Governo] um ministro do Meio Ambiente que é contra o meio ambiente”, disparou.

“Ele [ministro Ricardo Salles] não é a favor do agronegócio. Ele é a favor dos desflorestadores, dos incendiários e da invasão das terras indígenas por mineradoras na Amazónia”, acrescentou.

Segundo Ivan Valente, que também lidera o Psol na câmara baixa parlamentar, a política florestal adotada no país também é um desastre no que se refere à repercussão internacional das queimadas na Amazónia, que ele disse acreditar terem sido incentivadas pelos discursos do Presidente brasileiro e que, por isso, pode também afetar o acordo entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia.

“Ao assinar o acordo da União Europeia com o Mercosul, ele [Bolsonaro] não fez mais do que concluir um projeto que, agora, está a destruir. Bolsonaro está a hostilizar um [possível] Governo argentino, que é parte do Mercosul, e todos os países europeus favoráveis à preservação do meio ambiente”, avaliou.

Sobre o papel da oposição no Congresso brasileiro no debate sobre as queimadas na Amazónia, o deputado concluiu afirmando que o seu partido propôs a convocação do ministro Ricardo Salles para depor numa comissão da câmara baixa e a formação de uma comissão independente para debater o tema.

Na sexta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, acusou Bolsonaro de mentir em matéria de compromissos ambientais e anunciou que, nestas condições, a França vai votar contra o acordo de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul.

“Tendo em conta a atitude do Brasil nas últimas semanas, o Presidente da República não pode senão constatar que o Presidente Bolsonaro lhe mentiu na cimeira de Osaka”, afirmou a Presidência francesa, referindo-se à Cimeira do G20 que se realizou no final de junho no Japão.

“O Presidente Bolsonaro decidiu não respeitar os compromissos ambientais e não se empenhar em matéria de biodiversidade. Nestas condições, a França opõe-se ao acordo com o Mercosul tal como está”, acrescentou.

O acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que integra Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foi fechado em 28 de junho, depois de 20 anos de negociações.

O pacto abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial.

O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro anunciou que a desflorestação da Amazónia aumentou 278% em julho, em relação ao mesmo mês de 2018.

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