A Ucrânia tenta contrariar a perceção de que o Congresso dos Estados Unidos excluiu novas ajudas ao país no orçamento interino adotado no passado sábado para manter o Governo operacional durante 45 dias, ao reafirmar que o nível de apoio de Washington não foi debilitado.

A administração do Presidente Joe Biden pediu outros 24 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros) suplementares.

"A pergunta consiste em saber se aquilo que ocorreu no Congresso na semana passada é uma questão isolada ou sistemática", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.

A embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Oksana Markarova, sublinhou hoje em entrevista à agência noticiosa Ukrinform que a assistência à Ucrânia garante o apoio de republicanos e democratas nas duas câmaras do Congresso em Washington.

Desde o passado sábado que diversos responsáveis políticos em Kiev e em outras capitais europeias têm manifestado preocupação pelo que consideram uma "prenda" ao Presidente russo, Vladimir Putin, e quando o Kremlin tem insistido no eventual "cansaço" dos Estados Unidos e do Ocidente no seu apoio militar à Ucrânia.

Ainda hoje, Biden contactou os seus principais aliados -- os líderes do G7, da União Europeia e da NATO -- para lhes assegurar que os EUA estão comprometidos no apoio militar a Kiev, com um novo anúncio a ser revelado ainda esta semana, segundo o diário digital norte-americano Politico.

O Presidente norte-americano prevê, segundo a mesma fonte, mitigar as preocupações que os receios republicanos podem fornecer a Putin para um novo impulso no seu plano de guerra quando se aproximam o outono e o inverno na Ucrânia.

Hoje, Zelensky deslocou-se a Kupiansk-Liman, uma das zonas de combate mais ativas na linha da frente, no nordeste da Ucrânia, onde visitou várias brigadas para obter informações sobre a situação no campo de batalha e as necessidades dos soldados.

Em paralelo, avaliou junto de uma unidade de tanques da 21ª brigada mecanizada separada o equipamento transferido ao Exército ucraniano pelo Ocidente, em particular os tanques Leopard-2 e os veículos de combate de infantaria suecos CV-90.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, considerou hoje que as Forças Armadas da Rússia "debilitaram consideravelmente" o potencial bélico da Ucrânia, ao infligirem um elevado número de baixas e destruição de material bélico.

Shoigu destacou neste aspeto a zona de Liman, onde horas depois surgiu Zelensky.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

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