"Temos de trazer os nossos amigos [dos Balcãs Ocidentais], os aspirantes a membros da UE, para muito mais perto de nós e muito mais depressa. (...) Continuaremos a derrubar as barreiras entre as nossas regiões", escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X (anteriormente denominada Twitter).

Pouco depois da divulgação desta mensagem de Von der Leyen, que participa hoje num jantar informal em Atenas com os líderes dos Balcãs Ocidentais, o gabinete do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, confirmava que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tinha chegado à capital grega para uma visita oficial e que ia também participar no evento informal.

Zelensky, que hoje de manhã esteve na Dinamarca após visitar no fim de semana também a Suécia e os Países Baixos, prossegue assim um périplo surpresa pela Europa na Grécia, país que tem sido um firme apoiante da Ucrânia desde a invasão russa, ao fornecer ajuda humanitária e armas, incluindo veículos de combate de infantaria, armamento e munições.

Num jantar em que a questão da adesão ao bloco comunitário estará em destaque é de recordar que a Ucrânia formalizou o pedido de adesão à UE em 28 de fevereiro de 2022, quatro dias depois de a Rússia ter invadido o país, e recebeu o estatuto de país candidato em junho desse mesmo ano.

Ainda na mensagem publicada na rede social X, a líder do executivo comunitário indicou estar "satisfeita" por estar na capital grega.

De acordo com Ursula von der Leyen, esta ocasião que marca o 20.º aniversário do Conselho Europeu de Salónica, que confirmou os países que participam no Processo de Estabilização e de Associação UE como potenciais candidatos à adesão, visa precisamente "debater a perspetiva europeia dos vizinhos e parceiros do Leste e dos Balcãs Ocidentais".

Esta perspetiva europeia foi reafirmada na estratégia da Comissão Europeia para os Balcãs Ocidentais, de 2018, e em declarações após sucessivas cimeiras entre a UE e aqueles países, nomeadamente na primeira realizada na região, em dezembro passado na Albânia.

No jantar de hoje, estarão presentes os principais responsáveis de nove países dos Balcãs Ocidentais (Sérvia, Montenegro, Moldova, Macedónia do Norte, Kosovo, Bulgária, Croácia e Roménia e Bósnia-Herzegovina), bem como o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Ausente estará o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, numa altura em que as relações da Albânia com a Grécia são marcadas por tensões devido à detenção do líder da minoria étnica grega, Fredi Beleri, antes das eleições locais de maio por alegada compra de votos.

A UE tem vindo a desenvolver uma política de apoio à integração progressiva dos países dos Balcãs Ocidentais.

Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro país dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, sendo que o Montenegro, a Sérvia, a Macedónia do Norte e a Albânia são oficialmente países candidatos.

Entretanto, foram iniciadas negociações e abertos procedimentos de adesão com o Montenegro e a Sérvia, enquanto a Bósnia-Herzegovina e o Kosovo são candidatos potenciais à adesão.

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