Num comunicado hoje divulgado, o instituto estatal de estatísticas da Turquia (Türkstat) referiu também que o setor da hotelaria e restauração foi o principal contribuinte para o forte aumento global, com 93,2%, enquanto o menor aumento foi de 40,4% no setor da habitação.

O crescimento homólogo dos preços acelerou em dezembro, em contraste com o abrandamento a nível mensal, que os analistas atribuem aos primeiros efeitos da política monetária restritiva iniciada em junho.

Em relação a novembro, a subida do índice de preços no consumidor (IPC) da Turquia foi de 2,93% em dezembro, inferior à subida mensal de 3,28% verificada em novembro face a outubro.

A taxa de inflação homóloga em dezembro convergiu para a taxa de 65% prevista pelo Banco Central da Turquia.

A instituição emissora, que desde a nomeação em junho do atual governador, Hafize Gaye Erkan, aumentou sete vezes as taxas de juro - de 8,5% para 42,5% atualmente - prevê que a inflação termine 2024 em 36% em termos homólogos, embora não preveja um abrandamento até ao segundo semestre do ano.

Além disso, os analistas concordam que o aumento do salário mínimo em 49% a partir de 01 de janeiro de 2024, anunciado pelo Governo turco em 27 de dezembro de 2024, é suscetível de constituir um avanço significativo da inflação.

Os funcionários públicos e os pensionistas receberão um ajustamento dos rendimentos de 31,5%, calculado com base na inflação média dos últimos seis meses do ano passado, que foi de 37,5%.

Os partidos da oposição acusam o Governo turco de declarar intencionalmente taxas de inflação inferiores às reais, para não ter de aumentar tanto os salários.

O valor oficial da inflação homóloga publicado pelo Türkstat é muito inferior aos 127% calculados pelo ENAG, um grupo independente de académicos e economistas.

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