O presidente do sindicato United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, alertou hoje que mais trabalhadores de outras fábricas irão juntar-se aos que estão agora no quinto dia de greve, em três fábricas.

"Não vamos ficar à espera para sempre enquanto prolongam isto... e não estamos a brincar", frisou Fain, que estabeleceu até sexta-feira o prazo para a escalada da greve, caso não haja um "progresso sério" nas negociações.

Ford, General Motors (GM) e Stellantis, conhecidas como as 'três grandes', referiram que pretendem resolver a greve e evitaram criticar diretamente a ameaça de escalada.

Até agora, a greve está limitada a cerca de 13.000 trabalhadores numa fábrica de montagem da Ford em Wayne, Michigan, numa fábrica da GM em Wentzville, Missouri, e numa fábrica da Stellantis em Toledo, Ohio.

No entanto, os fabricantes de automóveis alertaram que poderá haver 'lay-offs' em outros locais, uma vez que a greve prejudicará a cadeia de abastecimento da indústria.

A GM alertou na segunda-feira que a greve em Wentzville, perto de St. Louis, poderia forçar a empresa a desativar uma fábrica de montagem em Kansas City no início desta semana.

A greve poderá em breve começar a afetar os fornecedores das 'três grandes'.

A United States Steel revelou que paralisou temporariamente um dos seus fornos em Granite City, Illinois, uma indicação de que a empresa espera que a greve reduza a procura por aço.

Há cerca de 1.450 trabalhadores naquela fábrica, a maioria representados pelos United Steelworkers, mas a empresa garantiu que muitos trabalhadores não serão afetados pelo encerramento do forno.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiantou que irá enviar dois altos funcionários do governo, incluindo a secretária interina do Trabalho, Julie Su, a Detroit, esta semana, para se reunirem com ambos os lados.

Biden apoiou publicamente o UAW, referindo que os trabalhadores merecem participar nos recentes lucros recordes dos fabricantes de automóveis, embora nem todos os democratas tenham acolhido bem o envolvimento do chefe de Estado.

O UAW apontou para os lucros dos fabricantes de automóveis, registados à medida que os preços subiam acentuadamente devido à forte procura dos consumidores e a uma oferta limitada de veículos devido à escassez de 'chips' e outras questões.

O sindicato procura um aumento de 40% dos seus salários, melhores horários e melhores condições de trabalho.

As empresas defendem que não têm condições para satisfazer as exigências do UAW, porque devem investir esses lucros para ajudá-las a fazer a transição para os veículos elétricos.

DMC (IM) // CC

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