"Nos últimos bons anos, estamos habituados a ver o Shakhtar a ser a equipa número um na Ucrânia e a estar na Liga dos Campeões. Às vezes, nas dificuldades, as equipas superam-se. É sem dúvida um momento difícil para o povo ucraniano e estamos solidários. Eles, num espírito mais emocional, tentam honrar essa luta no seu país e nesse sentido vamos encontrar um opositor supermotivado", considerou.

Na conferência de imprensa de antevisão da estreia do Grupo H, no qual estão ainda o FC Barcelona e o Antuérpia, Sérgio Conceição elogiou um adversário que "tem sempre qualidade", apesar da circunstância de guerra na Ucrânia, face à invasão da Rússia, que obriga o adversário a jogar fora do país sempre que atua em casa, neste caso em Hamburgo, na Alemanha.

"Agora, sem tantos estrangeiros, mas com a qualidade de jovens formados no clube e outros com mais experiência que a dão aos restantes. São jogos 'Champions' nos quais temos todos os ingredientes para que seja um bom espetáculo. Que no fim possamos ganhar, não pela debilidade do adversário, mas pelo mérito que queremos ter no jogo", frisou.

Condicionado pela lesão, grave, do central Marcano, Sérgio Conceição reconhece que já está "habituado a refazer" os seus planos, recordando que, em relação à formação tipo do ano passado na 'Liga milionária', vão faltar ainda Otávio e Uribe, que saíram do Dragão, bem como o lesionado Evanilson e o castigado Pepê.

"Não os temos, mas temos outros. Estou muito, muito triste pelo Marcano. Até porque é um jogador com experiência, com participação ofensiva e defensiva...", ilustrou, defendendo, ainda assim, que tem ao dispor "um grupo que dá todas as garantidas para qualquer sistema tático".

O técnico considerou "importante" conquistar os três pontos num "grupo equilibrado", elogiando o Antuérpia "campeão da Bélgica" e o FC Barcelona, "talvez um pouco acima de todos os outros, uma das melhores equipas do Mundo".

Conceição lembrou que nos seis anos passados no Dragão estreou uns 40 jogadores na Liga dos Campeões e brincou com a "crise do sétimo ano", fazendo uma analogia com os casamentos.

"Este sétimo ano é como nos casamentos, nos quais se diz que há crise. Por este início de época, com pessoas a tentar criar confusão, criar instabilidade, porque as pessoas já se conhecem há muito tempo... Quando há paixão, um amor grande, o sétimo ano é superado e é para a vida inteira", vincou, mesmo que em tom de brincadeira.

Já o central Pepe destacou a determinação do grupo em "demonstrar" a sua arte e valor em campo: "Todos desejamos estar na 'Champions', num grande palco e representar um grande clube como o FC Porto e com certeza vamos estar ao nosso nível para representar o nosso clube e o nosso país".

O internacional português desvalorizou a questão dos 'azuis e brancos' atuarem com dois ou três centrais, garantindo estar "confortável" com qualquer tática, pois a sua única vontade "é jogar e ajudar o clube".

À 19.ª época na 'Champions', assume que ainda sente o "friozinho na barriga" antes da competição, justificando-o com o seu compromisso firme com o futebol, exemplificado com as muitas horas diárias que dedica à sua profissão.

"São 19, mas é como se fosse a primeira, sobretudo antes de um jogo extremamente importante, que é a estreia este ano na competição. A responsabilidade de vestir a camisola do FC Porto e estar num grande palco como a Liga dos Campeões", ilustrou.

Pepe demonstrou ainda confiança na recuperação de Marcano -- "sei que vai superar" -- e aos que se vão estrear na prova 'milionária' desejou apenas que "desfrutem" enquanto cumprem as indicações do treinador.

O encontro do Grupo H está marcado para as 20:00 e será arbitrado pelo italiano Davide Massa.

RBA // AMG

Lusa/Fim