Dois helicópteros da Força aérea romena foram enviados com uma equipa de peritos para Nufaru e Victoria (distrito de Tulcea, no leste do país) onde os fragmentos foram detetados numa área de "várias dezenas de metros", indicou o Ministério da Defesa Nacional em comunicado.

Numa declaração paralela, o ministério indicou ter notificado a Inspeção-geral para Situações de Emergência sobre as áreas perto da fronteira em eventual risco de incidentes e na sequência dos ataques de forças russas a portos ucranianos ao longo o rio Danúbio, que separa a Roménia e a Ucrânia.

As autoridades dos serviços de emergência receberam telefonemas "sobre possíveis casos de impacto de 'drones'" entre três localidades, incluindo Nufaru, indicou o ministério. Mais tarde, foi confirmado que os fragmentos recolhidos no local são semelhantes aos utilizados pelo Exército russo e que os peritos continuam a averiguar as circunstâncias do incidente.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros romeno assinalou hoje que "reitera o seu firme protesto contra a violação, uma vez mais, do espaço aéreo romeno" e disse que vai convocar o chefe da missão diplomática russa em Bucareste.

Os fragmentos hoje detetados constituem a terceira descoberta em território romeno desde a passada quinta-feira e ocorrem na sequência de ataques russos a portos ucranianos no Danúbio destinados a comprometer a capacidade ucraniana de exportar cereais para os mercados mundiais.

Na cidade de Plauru, situada frente ao porto ucraniano de Izmail, no Danúbio, o Ministério da Defesa romeno construiu abrigos em cimento pré-fabricados para os residentes, com 9,6 metros de comprimento, 1,5 metros de altura e dois metros de altura no espaço interior.

Na semana passada, o Comité Nacional para as Situações de Emergência na Roménia aprovou medidas que permitem às autoridades emitir alertas em mensagens de texto destinadas a avisar os habitantes "junto das áreas de conflito" na Ucrânia sobre incidentes ou potenciais incidentes.

A NATO declarou hoje a sua solidariedade com a Roménia na sequência deste novo incidente, e sublinhou que "não possui informação" que indique tratar-se de um ataque deliberado russo em território da Aliança.

O porta-voz da NATO, Dylan White, assinalou que o embaixador romeno junto da organização militar ocidental informou os seus parceiros sobre os "ataques continuados da Rússia às infraestruturas portuárias ucranianas perto da Roménia" e que implicaram a descoberta de destroços de 'drones'.

"As autoridades romenas estão em alerta e a promover uma investigação completa. A NATO não possui informações que indiquem qualquer ataque intencional da Rússia contra território aliado. A NATO manifesta a sua solidariedade com nosso aliado Roménia", indicou o porta-voz.

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