De acordo com um relatório estatístico até 31 de outubro, do Banco de Moçambique, a que a Lusa teve hoje acesso, essas reservas -- em moeda estrangeira -- ascendiam a mais de 3.091 milhões de dólares (2.844 milhões de euros) no início de mês.

A queda durante o mês de outubro, equivalente a 52,8 milhões de dólares (48,5 milhões de euros), colocou essas reservas num nível suficiente para garantir 3,1 meses do total de exportações, contra 3,2 meses no final de setembro.

O desempenho de outubro foi condicionado pelas transferências dos bancos, que totalizaram 187,4 milhões de dólares (172,4 milhões de euros), mas também com o pagamento do serviço da dívida, no valor de 63,3 milhões de dólares (58,2 milhões de euros) num mês.

Em janeiro último, o Banco de Moçambique aumentou o rácio de reservas obrigatórias para depósitos à ordem, em moeda estrangeira, de 11,5% para 28%, e em abril reduziu o fornecimento aos importadores de combustível de 100% para 60%.

O Governo moçambicano definiu no Orçamento do Estado de 2023 o objetivo de constituir Reservas Internacionais Líquidas no valor de 2.936,6 milhões de dólares (2.686 milhões de euros), "correspondentes a três meses de cobertura das importações de bens e serviços não fatoriais".

As reservas internacionais de Moçambique estão em queda desde 2021, divulgou em julho o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"As reservas internacionais brutas cobrem quase 4,3 meses de importações [final de 2022], o que está acima do 'buffer' mínimo comummente recomendado", de "pelo menos três meses", refere-se num relatório do FMI, sobre a aprovação final da revisão ao Programa de Financiamento Ampliado (ECF) para Moçambique.

No relatório acrescenta-se que essas reservas internacionais de Moçambique têm "caído desde o início de 2021" e atingiram os 2.900 milhões de dólares (2.580 milhões de euros) no final do ano passado.

O FMI reconhece o impacto dos "altos custos" com a importação de combustíveis nas reservas internacionais de Moçambique, tendo em conta o fornecimento de divisas aos principais importadores de combustíveis.

"Ao mesmo tempo, as importações não relacionadas com megaprojetos aumentaram significativamente nos últimos dois anos, diminuindo ainda mais a cobertura de importações das reservas", aponta-se no documento.

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