"O apoio que hoje é dado a estes jovens empreendedores concretiza-se na atribuição de ferramentas e instrumentos de trabalho, em consumíveis, mas também na formalização dos seus negócios", explicou Ana Cristina Paulo, coordenadora-geral do projeto "+ Emprego".

A última destas ações, para promoção da empregabilidade juvenil, aconteceu na quinta-feira, no posto administrativo de Ocua, com a distribuição de 'kits' a cerca de 45 jovens oriundos dos distritos de Pemba, Macomia, Chiúre, Quissanga e Montepuez.

Trata-se de 'kits' compostos por material de eletricidade, corte e costura, mototáxi, soldadura, internet, café, refrigeração, apicultura, avicultura e fabrico de sabonetes artesanais, entregues no âmbito do projeto "+Emprego", cofinanciado pela União Europeia e pelo Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua.

Beneficiam jovens formados em diferentes pontos da província de Cabo Delgado, como o Instituto Agrário de Bilibiza, Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo, Instituto Industrial e Comercial de Pemba e Instituto Industrial e Comercial de Montepuez.

Ana Cristina Paulo destacou a pronta colaboração dos diversos parceiros locais envolvidos como a "chave" para o sucesso do projeto: "Esta conjugação e colaboração entre parceiros, entre entidades, entre União Europeia, entre a cooperação portuguesa e entre instituições publicas e privadas, competências e saberes diversificados, mas também de vontades, criam, então, estes ecossistemas eficazes de emprego".

O secretário do Estado na província de Cabo Delgado, António Supeia, alertou os beneficiários para cuidarem das ferramentas entregues, como forma de valorizar os esforços do Governo e dos parceiros, assim como também para as tornar sustentáveis e duráveis.

"Visando empoderamento dos jovens da nossa província, esta constitui uma oportunidade para que vocês possam iniciar o emprego e futuramente criem postos de trabalho, admitindo mais jovens que ajudarão vosso negócio a desenvolver e a crescer passando paulatinamente de micro para pequena empresa, pequena para média empresa e assim em diante", disse o governante.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos, ACLED.

RYCE // MLL

Lusa / Fim