Sissoco Embaló recebeu no Palácio Presidencial, em Bissau, um grupo de anciãos daquela região habitada maioritariamente por indivíduos da etnia Pepel, conhecidos pelo seu apelo às práticas ancestrais do controlo do poder comunitário.

Nos últimos dias, várias localidades da região de Biombo conheceram episódios de escaramuças entre populares por causa do controlo do poder tradicional, ao ponto de a ministra do Interior, Adiato Nandigna, ter que se deslocar ao local para acalmar os ânimos.

Na comunidade de Bigimita ocorreram situações de ameaças de morte entre os pretendentes ao cargo de régulo, chefe comunitário tradicional.

O Presidente guineense, que salientou não estar em campanha eleitoral, exortou os anciãos presentes no palácio para que façam tudo para evitar situações dessas.

"Peço-vos que dialoguem sobre quem deve ser o chefe da comunidade, mas não matem uns aos outros por causa do poder tradicional. Se tiverem um desentendimento, chamem-me, se for o caso", apelou Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense disse que "seria uma vergonha" para os indivíduos da etnia Pepel se um dia acontecesse disputas por causa do poder tradicional e que levassem à morte de pessoas daquela comunidade.

O chefe de Estado apelou a todos os membros daquele grupo étnico para que se revejam na forma de estar do falecido Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo 'Nino' Vieira, insistindo: "não lutem entre vocês por causa das 'bolanhas' ou de qualquer coisa".

"Devemos ser como o falecido Presidente 'Nino' Vieira, que, apesar de ser da etnia Pepel de nascença, nunca quis se assumir apenas como Pepel. Assumia-se como um verdadeiro filho" da Guiné-Bissau, notou Sissoco Embaló.

Para o presidente da República, a Guiné-Bissau "é de todas as etnias".

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