Em declarações proferidas na quarta-feira, em Paris, o chefe de Estado timorense reiterou a confiança na "equipa negocial liderada pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão", referiu a mesma nota da Presidência timorense.

José Ramos-Horta encontra-se ausente do país em visitas ao Vaticano, a França e ao Reino Unido, devendo regressar a Timor-Leste a 07 de fevereiro.

O chefe de Estado defendeu que "embora seja importante a assinatura de um acordo final, ainda há razões para discussões continuadas".

"O Presidente sugeriu que deve haver consenso, mesmo que isso signifique que cada lado faça sacrifícios, afirmando que isso acontece em muitos países quando se alcança consenso sobre acordos fronteiriços", referiu a Presidência.

O comunicado acrescentou que José Ramos-Horta espera uma solução "consensual e pacífica entre as duas nações", manifestando "otimismo numa resolução colaborativa".

No final de dezembro, o Governo timorense anunciou que o trabalho técnico de marcação de algumas zonas da fronteira terrestre com a Indonésia estava terminado, abrindo portas à assinatura do tratado de delimitação da fronteira terrestre com aquele país.

Esta semana, a comunidade Naktuka denunciou que lhes foram retirados 270 hectares de terra arável timorense, que passou para a Indonésia, sem serem consultada pela equipa técnica, desencadeando polémica na sociedade timorense.

Aquela comunidade admitiu não entregar as terras à Indonésia, explicando que aquela zona pertencia a Portugal antes da ocupação indonésia, em 1975, devido a um tratado assinado entre portugueses e holandeses em 1914.

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