"A complexidade contextual e a multiplicidade de crises na África Ocidental demandam uma agenda global que convoque a cooperação de outras instituições como as Nações Unidas e a União Africana", pediu o chefe de Estado cabo-verdiano.

Numa mensagem na sua página no Facebook, José Maria Neves começou por referir que desde o primeiro momento que o arquipélago condenou "veementemente" a rutura constitucional no Níger, considerando que é "essencial assegurar o retorno à ordem constitucional".

"Bazoum é o Presidente legítimo do país e devem ser criadas as condições político-institucionais para garantir a sua integridade física, a da sua família e a dos restantes membros do Governo nigerino e a reposição da normalidade institucional", entendeu.

Para o Presidente da República de Cabo Verde, a situação de crise no Níger e em toda a região da África Ocidental refere-se a muitas causas, entre elas as condições de governabilidade, a governança, os problemas, as inquietações, os sonhos e as aspirações das pessoas, além da grande fragilidade institucional.

"A precarização da segurança, a pobreza extrema, as desigualdades e outras formas de exclusão e uma clara falta de confiança e de esperança num futuro melhor, aliadas à presença de vários atores e interesses geopolíticos externos ao continente e à região, acabam por complexificar e complicar ainda mais a situação", apontou.

Neste sentido, entendeu que a solução não pode ser técnico-militar, defendendo uma solução negociada dos conflitos e recomendando prudência, realismo e inteligência.

"A crise no Níger e nos outros países da região só se resolverá pela via político-diplomática. É preciso mobilizar todos os recursos diplomáticos e procurar soluções para a crise por via de negociações, intensas negociações!", recomendou José Maria Neves.

O Níger, uma antiga colónia francesa, foi alvo de um golpe de Estado militar na passada quarta-feira que derrubou o Presidente Mohamed Bazoum.

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