Numa mensagem partilhada na rede social Facebook, o advogado Vadim Prokhorov contou que Vladimir Kara-Murza chegou na quinta-feira a uma colónia penal de máxima segurança em Omsk, na Sibéria, Rússia.

Vladimir Kara-Murza, de 42 anos, estava num centro de detenção em Moscovo, a aguardar recurso a uma condenação, em abril passado, por traição, na sequência de discursos contra a guerra na Ucrânia.

Segundo o advogado, Kara-Murza foi imediatamente colocado numa "cena de punição", uma pequena divisão de betão onde os detidos ficam completamente isolados.

Vladimir Kara-Murza, que está preso há mais de um ano, era próximo do líder da oposição russa Boris Nemtsov, que foi morto perto do Kremlin em 2015.

O opositor sobreviveu a envenenamentos em 2015 e 2017, os quais atribuiu ao Kremlin. As autoridades russas negaram qualquer responsabilidade.

Considerado prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional, Kara-Murza foi homenageado com o Prémio Vaclav Havel de Direitos Humanos 2022, concedido pelo Conselho da Europa.

A Rússia adotou uma lei que criminaliza a divulgação de "informações falsas" sobre os seus militares logo após o envio de tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

As autoridades estão a usar a lei para eliminar as críticas ao que o Kremlin classifica como "operação militar especial" na Ucrânia.

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