"O bombardeamento foi intenso" contra vários edifícios residenciais em Jabalia, mas também no campo de Al Nuseirat e na cidade de Deir al-Balah, onde se registou o maior número de vítimas do dia, segundo o relatório diário do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU sobre a situação na Faixa de Gaza.

O documento confirma que apenas 80 camiões com ajuda humanitária e 69 mil litros de combustível entraram em Gaza a partir do Egito, muito abaixo da média diária de 170 camiões e 110 mil litros de combustível que entraram diariamente durante a pausa humanitária que se prolongou entre os dias 24 e 30 de novembro.

Antes da guerra entre Israel e o Hamas, a população era abastecida diariamente por 500 camiões de mercadorias.

"A capacidade da ONU para receber os carregamentos de ajuda foi significativamente prejudicada nos últimos dias por vários fatores, incluindo a escassez de camiões dentro de Gaza, com alguns retidos na parte central (de Gaza) que foi isolada do sul, e falhas nas telecomunicações", disse.

O impacto negativo foi também o número crescente de pessoas que não puderam deslocar-se à passagem de Rafah devido às hostilidades, a única província de Gaza onde se efetuaram distribuições limitadas de ajuda.

As Nações Unidas observaram igualmente que o fluxo de deslocados internos para Rafah continua, principalmente a partir de toda a província de Khan Younis, embora, como os abrigos excederam largamente a sua capacidade, a maioria dos recém-chegados esteja a instalar-se nas ruas, em espaços vazios da cidade ou em edifícios públicos.

Para tentar aliviar a situação, a ONU distribuiu centenas de tendas, que foram montadas em dois locais distintos, juntamente com centenas de abrigos improvisados.

Entretanto, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas começou a distribuir refeições quentes cozinhadas pela comunidade, embora o número de rações seja muito limitado em comparação com as necessidades.

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