Wang sublinhou que a cooperação é a "componente principal" na relação entre a China e a UE e que o diálogo é necessário para compensar a "falta de intercâmbio", registada durante os três anos da pandemia da covid-19, segundo um comunicado difundido pela diplomacia chinesa.

O ministro chinês convidou Borrell a visitar a China este outono e garantiu que Pequim "atribui grande importância ao encontro entre líderes da União Europeia e da China, agendado para este ano".

Borrell disse a Wang que o plano europeu "Global Gateway" não visa antagonizar a iniciativa chinesa "Faixa e Rota", mas sim "complementá-la", já que ambos "buscam promover o desenvolvimento global".

O chefe da diplomacia europeia manifestou o desejo de visitar a China o "mais rapidamente possível" e manter o diálogo estratégico com Wang, e expressou solidariedade após a destruição causada pelas recentes chuvas torrenciais que assolaram o norte do país asiático.

Wang e Borrell trocaram pontos de vista sobre "assuntos internacionais e regionais de interesse comum", incluindo a "situação na Ucrânia e no Níger", disse o comunicado emitido pela diplomacia chinesa, sem avançar mais detalhes.

Borrell cancelou uma viagem prevista a Pequim, no mês passado, numa altura em que o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, desapareceu da vida pública, antes de ser substituído por Wang, que foi o seu antecessor.

Foi a segunda vez este ano que o chefe da diplomacia europeia cancelou a sua deslocação à China, depois de, em abril, ter testado positivo para a covid-19.

As relações entre a UE e Pequim atravessam um dos momentos mais difíceis das últimas décadas e deterioraram-se devido a tensões comerciais e à invasão russa da Ucrânia. Pequim recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo.

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