Os dois novos miradouro estão localizados na cidade de Miranda do Douro e na aldeia raiana de Paradela, sendo este o ponto mais oriental de Portugal e tido como o local onde sol nasce primeiro no continente, juntando-se assim ao miradouro Fraga do Poio, em Picote, também localizado no mesmo concelho e com arquitetura semelhante.

Quem passa por este território do distrito de Bragança, não fica indiferente à majestosa paisagem das arribas e a todo o cenário envolvente, sendo notória a visita de turistas estrangeiros, como espanhóis, ingleses, e portugueses que aproveitam estes locais idílicos para tirar fotografias ou registar o momento através de uma 'selfie'.

Durante a visita efetuada pela Lusa foi possível falar com alguns turistas que classificaram estes locais como "majestosos" e com uma paisagem única, já que em alguns pontos a arribas do Douro chegaram a atingir os 200 metros de altitude a contar do leito do rio Douro.

Logo no primeiro dia de abertura ao público destas construções, que aconteceu no sábado, a Lusa falou com um casal de turistas vindos de Inglaterra que classificaram o miradouro de Penha das Torres em Paradela como "único e majestoso", porque é possível observar a barragem espanhola do Castro, local onde o rio Douro se torna internacional, iniciando um percurso de cerca de 120 quilómetros até ao concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, local onde o curso de água se torna português.

Já em Miranda do Douro, duas famílias espanholas vindas de Valladolid que contemplavam a paisagem Douro Internacional aproveitaram o momento para tirar fotografias à avifauna onde abundam várias espécies de aves rupícolas como os grifos, águia de Bonelli, cegonhas negras, ou britangos.

"É um ótimo lugar para meditar e fazer fotografias de um habitat natural e bonito como este", atirou o casal de espanhóis que estava acompanhado por três crianças.

Segundo a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, estes miradouros começaram a ser construídos no anterior mandato autárquico, mas houve a necessidade de os desmontar e refazer a obra por questões de segurança.

"Temos agora, depois desta operação para melhoria das condições de segurança, dois equipamentos enquadrados na passagem, sendo que o miradouro da Penha das Torres, em Paradela, tem acesso para pessoas com mobilidade reduzida, através um passadiço em madeira, tornando-o mais inclusivo. O miradouro de Miranda do Douro é paralelo à rua das Arribas onde os acessos são mais fáceis para quem pretende contemplar esta paisagem natural única e que estão a ser muito procurados tanto por portugueses como por estrangeiros", acrescentou a autarca.

O presidente da Junta de Freguesia de Paradela, Nélio Seixas, descreve o miradouro da Penhas das Torres como um local idílico e muito procurado pelos turistas, devido às suas características ambientais e geológicas.

"Este local é muito visitado pelos turistas de natureza vindos de vários países que pretendem ver paisagens diferentes e idílicas. Com este novo miradouro, há um novo conceito de visitação com a criação de melhores condições para quem visita", rematou o autarca de freguesia.

Os materiais utilizados na construção dos dois novos miradouros são a madeira tratada, aço e vidro.

Num circuito mais alargado de visitação que poderá começar no concelho de Miranda do Douro, podem-se também visitar os Miradouro da Cigadonha em Picote ou o castro de São das Arribas, em Aldeia Nova.

Já no concelho de Mogadouro está o castro de Miguel Bravo, em Ventozelo. Em Freixo de Espada à Cinta está o miradouro do Carrascalinho em Fornos, ou Penedo Durão, em Poiares.

Segundo descreve o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) na sua página oficial na internet, enclave orográfico constituído pelo rio Douro e seu afluente, o Águeda, fronteira natural entre Portugal e Espanha, possui características únicas em termos geológicos e climáticos, condicionando as comunidades florísticas e faunística, nomeadamente a avifauna, e as próprias atividades humanas.

A área do Parque Natural do Douro Internacional abrange o troço fronteiriço do rio Douro, incluindo o seu vale e superfícies planálticas adjacentes e prolonga-se para sul através do vale do seu afluente, o rio Águeda, numa extensão de cerca de 120 quilómetros.

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Lusa/fim