Em comunicado, o Ministério do Petróleo e Recursos Minerais timorense especifica que o ministro, Francisco Costa Monteiro, reuniu-se, em Camberra na terça-feira, com a ministra dos Recursos e do Norte da Austrália, Madeleine King, e a chefe da diplomacia australiana, Penny Wong.

"Os ministros discutiram a cooperação entre a Austrália e Timor-Leste para o projeto de Captura e Armazenamento de Carbono, incluindo o do Bayu-Udun, reconhecendo a importância na abordagem das alterações climáticas, e também para o estabelecimento dos quadros jurídicos e regulamentares necessários para o movimento de [dióxido de carbono] CO2 entre os dois países e o seu armazenamento em reservatórios submarinos", referiu a mesma nota.

O Governo timorense prevê que o campo Bayu-Udun termine a produção este ano e pretende convertê-lo numa estrutura de Captura e Armazenamento de Carbono.

Em julho, numa visita a Díli, a chefe da diplomacia australiana anunciou alterações legislativas para facilitar a viabilidade comercial da conversão.

Os ministros manifestaram também o apoio às conversações em curso sobre o futuro da exploração do Greater Sunrise, comprometendo-se em garantir um desenvolvimento comercialmente viável e mutuamente benéfico do projeto.

Em novembro, Timor-Leste aceitou a proposta da empresa petrolífera Woodside para que seja feito um estudo sobre o conceito de exploração do Greater Sunrise, durante uma visita da presidente do conselho de administração da empresa ao país.

Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projeto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.

O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás Australia (10,00%).

O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, terá que ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.

"Esta reunião marca um passo positivo na cooperação regional e mostra a visão partilhada da Austrália e de Timor-Leste na promoção de soluções energéticas sustentáveis e no desenvolvimento económico e no fortalecimento da relação bilateral" entre os dois países, acrescentou o comunicado.

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