"O ponto fundamental é debatermos se prorrogamos ou não a greve. Este é o único ponto de agenda", declarou o porta-voz da associação, Napoleão Viola.

Os médicos moçambicanos estão em greve desde 10 de julho, com a observância dos serviços mínimos nas unidades de saúde, protestando sobretudo contra cortes salariais, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial da função pública, e falta de pagamento de horas extraordinárias.

Segundo o porta-voz da AMM, entre o Governo e a classe não há qualquer negociação em curso atualmente, embora um grupo da sociedade civil e figuras de reconhecido mérito estejam a tentar aproximar as partes.

"Não há nenhuma negociação a decorrer neste momento. A sociedade civil, através de um trabalho feito pela Ordem dos Médicos, que acabou incluindo outras organizações da sociedade civil e outras individualidades, está a tentar fazer a ponte", frisou o porta-voz.

A greve dos médicos, que começou em 10 de julho, foi prorrogada uma vez, por mais 21 dias.

No início do mês, o Governo moçambicano disse que os médicos que faltarem ao trabalho devido à greve em curso vão ser responsabilizados, alegando que já resolveu a maior parte dos problemas e anunciando a contratação de novos profissionais.

A AMM, que considera que os problemas persistem, classificou o posicionamento do Governo como uma intimidação, tendo submetido uma providência cautelar ao Tribunal Administrativo.

A aplicação da nova tabela salarial na função pública está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com registo de atrasos salariais e cortes criticados por vários segmentos do aparelho do Estado moçambicano.

EYAC // LFS

Lusa/fim