"O Brasil precisa da Argentina e a Argentina precisa do Brasil. Dos empregos que o Brasil gera na Argentina e dos empregos que a Argentina gera no Brasil, do fluxo comercial entre os dois países e de quanto nós podemos crescer juntos", afirmou Lula da Silva numa mensagem nas redes sociais, o que faz semanalmente.

"Para isso é preciso ter um Presidente que goste de democracia, que respeita as instituições, que goste do Mercosul [bloco económico formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai], que goste da América do Sul e que pensa na criação de um bloco importante", acrescentou o chefe de Estado brasileiro.

Lula da Silva reforçou a sua posição numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) frisando que o exemplo de amizade que o seu Governo quer manter com a Argentina se assemelha a relação que manteve com governantes daquele país desde o seu primeiro mandato.

"Quando eu ganhei em 2002, a Argentina foi o primeiro país que visitei antes de tomar posse. Em 2023 também. A Argentina é muito importante para o Brasil. Somos os maiores parceiros comerciais dos argentinos na América do Sul".

"Eu tenho uma boa relação com muitos ex-presidentes argentinos. E peço para que os argentinos se lembrem que precisamos de um Presidente que aprecie a democracia e que valorize as relações entre nossos países", concluiu.

Embora o Presidente brasileiro não tenha verbalizado preferência entre os candidatos Javier Milei e Sergio Massa, que disputam a segunda volta das presidenciais argentinas no domingo, a possível eleição de Milei pode significar uma mudança drástica nas relações entre os dois países já que este fez várias críticas públicas ao governante brasileiro.

Numa entrevista a um jornalista peruano publicada na última semana, Milei afirmou que, se eleito, não se reunirá com o Lula da Silva porque o considera "corrupto" e "comunista".

O candidato à presidência argentina também acusou estrategas políticos brasileiros, que lideraram campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT), sigla de Lula da Silva, e agora estão a trabalhar na equipa de Massa, de fazerem campanha negativa contra ele na internet num debate presidencial realizado no domingo.

Além dos ataques públicos recentes, Milei também se notabilizou por ser um apoiante do ex-presidente Jair Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira que foi derrotado por Lula da Silva nas últimas presidenciais.

Na primeira volta das eleições argentinas Eduardo Bolsonaro, deputado brasileiro e um dos filhos do ex-presidente Bolsonaro, estava na Argentina para manifestar o seu apoio público e de parte da extrema-direita brasileira a Milei.

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