De acordo com dados compilados hoje pela Lusa a partir das demonstrações financeiras do período de 01 de janeiro a 30 de junho daqueles bancos, que representam cerca de 70% do mercado bancário do país, os três, juntos, somaram em seis meses de 2023 lucros superiores a 10.636 milhões de meticais (153 milhões de euros).

Este desempenho representa um crescimento de 4,2% face a junho de 2022, que representou na altura lucros de mais de 10.209 milhões de meticais (147 milhões de euros).

O Standard Bank Moçambique (do grupo sul-africano Standard Bank) liderou entre os lucros do primeiro semestre, ao apresentar um resultado líquido do exercício de mais de 3.816 milhões de meticais (54,3 milhões de euros), mais 17,3%, seguido dos 'portugueses' BCI, com 3.453 milhões de meticais (49,1 milhões de euros), menos 6,6% face a 2022, e Millennium BIM, com praticamente 3.367 milhões de meticais (47,9 milhões de euros), mais 3,2%.

Ainda de acordo com os dados compilados pela Lusa, o volume dos depósitos a cargo dos três maiores bancos de Moçambique caiu 4,1% entre 31 de dezembro e 30 de junho último, para cerca de 265.736 milhões de meticais (3.777 milhões de euros), enquanto o ativo total cresceu ligeiramente, quase 1%, para mais de 362.352 milhões de meticais (5.151 milhões de euros) e o passivo aumentou 2,5%, para 304.368 milhões de meticais (4.326 milhões de euros).

O Banco de Moçambique anunciou em abril que aqueles três bancos mantêm-se como as instituições de crédito de importância sistémica, tal como a avaliação feita em 2022.

O resultado da avaliação, que o banco central deve divulgar anualmente até final de abril, refere que no rácio que mede a importância para o setor, rotulada com a sigla inglesa D-SIB, o BCI encabeça a lista com 253 pontos, seguindo-se o Millennium BIM com 238 e o Standard Bank com 131.

O Banco Comercial e de Investimento (BCI) tem um capital social de 10 mil milhões de meticais (140 milhões de euros), numa estrutura acionista liderada (51%) pela Caixa Participações, do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), contando ainda com o banco português BPI (35,67%), e diretamente pela CGD (10,51%), entre outros.

Já o Banco Internacional de Moçambique (BIM) conta com um capital social de 4.500 milhões de meticais (64,1 milhões de euros), a maioria detido pelo BCP África (grupo Millennium BCP), com uma participação de 66,69%, seguindo-se o Estado de Moçambique (17,12%), o Instituto Nacional de Segurança Social moçambicano (4,95%) entre outros acionistas.

Segundo dados do banco central, funcionam em Moçambique 14 bancos comerciais e seis microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.

PVJ // APN

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