O general, que preside também ao Conselho Soberano de Transição do Sudão, visitou tropas na base naval de Porto Sudão, onde fez um discurso prometendo "combater a insurgência, impedir atos de traição e confrontar os mercenários que vêm de diferentes partes do mundo com o objetivo de sair mais fortes".

Al-Burhan descartou assim um acordo com as RSF, afirmando que isso seria uma "ilusão" e um "engano delirante", uma vez que o os militares sudaneses não estão dispostos a concordar "com traidores" ou com "qualquer outro ator" que tenha "traído o povo sudanês".

"As forças do exército lutarão pelo povo sudanês até que a rebelião seja interrompida", disse, segundo o jornal Sudan Akhbar.

Num comunicado divulgado domingo à noite, o líder das RSF, general Mohamed Hamdam Dagalo, conhecido por "Hemedti", revelou uma nova iniciativa que poderia reiniciar as negociações de paz entre as duas forças.

O plano de 10 pontos, intitulado "Sudão Renascido", inclui um cessar-fogo duradouro, eleições democráticas e um exército unificado.

Na cidade costeira oriental de Porto Sudão, Burhan revelou ainda que uma operação militar que incluiu forças navais e aéreas lhe permitiu sair do quartel-general do exército, na capital, Cartum, em segurança. Duas pessoas morreram na operação, segundo disse.

O Sudão mergulhou no caos desde que, após meses de tensões entre o exército e as Forças de Apoio Rápido, começaram os combates entre as duas forças, em 15 de abril.

Houve pelo menos nove cessar-fogos anunciados desde o início do conflito e todos foram violados, com os dois lados a acusarem-se mutuamente.

Estima-se que a violência no país tenha matado pelo menos 4.000 pessoas, segundo dados do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, e obrigado mais de 4,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para dentro e para fora do país.

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