Em causa está o desvio de 2,5 mil milhões de euros em fundos fiscais de um banco iraquiano.

O anúncio da emissão desta ordem contra o antigo ministro das Finanças do então primeiro-ministro, Mostafa al-Kazemi foi feito pelo presidente da Comissão, o juiz Haider Hanun, em conferência de imprensa.

O magistrado confirmou igualmente que tinha emitido mandados contra o chefe de gabinete de Al-Kazemi Raed Jouhi, e o secretário pessoal Ahmed Nayati. O quarto antigo funcionário visado é o antigo assessor de imprensa de Al-Kazemi Mushrik Abbas.

Jouhi e Nayati são cidadãos norte-americanos, enquanto Allawi é britânico-iraquiano. "Espero que Washington e Londres cooperem", disse o magistrado.

A corrupção atinge todos os níveis do Estado iraquiano, que ocupa o 157.º lugar entre 180 países no índice de perceção da corrupção internacional. Os números oficiais, divulgados no ano passado, estimam que mais de 400 mil milhões de euros desapareceram dos cofres do Estado desde o derrube do regime do ditador Saddam Hussein, em 2003.

O dinheiro em questão foi retirado de um fundo da autoridade fiscal iraquiana no banco Rafidain, entre setembro de 2021 e agosto de 2022, através de 247 cheques descontados por cinco empresas.

O dinheiro foi depois retirado em numerário das contas dessas sociedades, cujos proprietários são também, na maioria, fugitivos.

Os quatro são acusados de "facilitar o desvio de montantes pertencentes à administração fiscal" e os seus bens foram congelados, de acordo com um comunicado. Meia centena de pessoas estão a ser investigadas no âmbito deste processo.

JMC // EJ

Lusa/Fim