O líder supremo falava durante uma visita ao centro de desenvolvimento da Força Aérea do Corpo de Guardas da Revolução, o Exército ideológico do país, durante a qual foi apresentada uma nova versão de um míssil balístico hipersónico, o Fattah II.

"A derrota do regime sionista em Gaza é um facto. Entrar em hospitais e casas não é uma vitória, porque a vitória significa a derrota do outro lado, o que não conseguiu até agora e não conseguirá no futuro", disse o 'ayatollah' num discurso.

"Esta incapacidade é também a dos Estados Unidos e dos países ocidentais" e à sua incapacidade militar para ajudar a derrotar o movimento palestiniano, acrescentou.

O Irão saudou os atentados mortais lançados pelo movimento islamista palestiniano em Israel, em 7 de outubro, embora tenha afirmado não estar envolvido.

Segundo Ali Khamenei, "os sionistas consideram-se uma raça superior e consideram o resto da humanidade uma raça inferior. É por isso que mataram milhares de crianças sem qualquer remorso".

Ali Khamenei considerou ainda inaceitável que "alguns países muçulmanos pareçam condenar os crimes do regime sionista" sem tomar medidas.

"Os países muçulmanos devem romper as suas relações políticas com o regime sionista, pelo menos durante algum tempo", afirmou, apelando também para a suspensão do "fornecimento de energia e de produtos" a Israel.

Vários países árabes, incluindo o Egito, os Emirados Árabes Unidos e Marrocos, estabeleceram relações oficiais com Israel, inimigo declarado de Teerão.

Durante a sua visita, o 'ayatollah' Khamenei examinou a frota de mísseis e drones de Israel, um dos quais se chama Gaza.

Foi-lhe apresentado o Fattah II, uma nova versão de um míssil hipersónico revelado em junho, com um alcance de 1.400 quilómetros e uma velocidade entre 13 e 15 vezes superior à velocidade do som, segundo a agência Irna. Também foram apresentadas hoje versões melhoradas do sistema antimíssil 9-Dey e do drone Shahed 147.

O desenvolvimento do arsenal militar iraniano preocupa muitos países, sobretudo os Estados Unidos e Israel, que temem que o seu território possa ser afetado pelas armas iranianas.

Hoje, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, sublinhou que "do sangue das crianças palestinianas oprimidas surgirá um sistema mundial justo" e criticou a posição da comunidade internacional face à ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza.

"O sofrimento do povo palestiniano colocou-nos a todos perante o teste divino de como apoiá-lo", disse, antes de acrescentar que "a população mundial, além de odiar o regime sionista e os Estados Unidos, sente desespero perante a ineficácia dos mecanismos internacionais", segundo um comunicado publicado pela presidência iraniana no seu 'site'.

Neste sentido, sublinhou que a população mundial "procura uma ordem mundial justa", e destacou que "o sangue das crianças palestinianas oprimidas abrirá o caminho para a vingança pela mão de Deus e para acabar com o domínio dos opressores e dos faraós deste tempo".

Israel lançou a sua ofensiva contra o enclave na sequência dos ataques do Hamas, em 7 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e 240 raptados.

As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelos islamitas, referiram 12.300 mortos, incluindo mais de 5.000 crianças, enquanto mais de 180 palestinianos foram mortos pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

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