Em declarações à imprensa na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Guterres disse que Gaza está a tornar-se "num cemitério de crianças" e afirmou-se "profundamente preocupado" com as "claras violações do direito humanitário internacional" no terreno.

"A intensificação do conflito está a abalar o mundo, a região e, o que é mais trágico, a destruir tantas vidas inocentes. As operações terrestres das Forças de Defesa de Israel e os bombardeamentos contínuos estão a atingir civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e instalações da ONU -- incluindo abrigos. Ninguém está seguro", disse.

Além do número recorde de jornalistas mortos em quatro semanas, o secretário-geral disse ainda que foram mortos mais trabalhadores humanitários das Nações Unidas do que em qualquer período comparável na história da organização.

Só na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), 88 trabalhadores foram mortos em Gaza desde o início da ofensiva israelita no enclave.

"Deixem-me ser claro: nenhuma parte num conflito armado está acima do direito humanitário internacional", reforçou, reiterando a sua "total condenação dos abomináveis atos de terror perpetrados pelo Hamas" em 07 de outubro e repetindo os apelos pela libertação imediata, incondicional e segura dos reféns detidos em Gaza.

"Nada pode justificar a tortura, morte, ferimentos e rapto deliberados de civis. A proteção dos civis deve ser primordial", frisou.

"A catástrofe que se desenrola torna a necessidade de um cessar-fogo humanitário mais urgente a cada hora que passa", salientou o ex-primeiro-ministro português.

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