"Não é a primeira vez que me acontece. E eu não sou a primeira pessoa a quem acontece. Houve comunicados de imprensa, campanhas publicitárias, protocolos e nada mudou", escreveu o jogador francês na sua conta X (antigo Twitter).

"Não é apenas o jogador que é atacado. É o homem, é o pai. Não é a primeira vez que me acontece e não sou a primeira pessoa a quem acontece", acrescentou.

E prosseguiu: "As autoridades e o Ministério Público, com tudo o que está a acontecer, se não agirem, serão também cúmplices".

Maignan, de 28 anos, que é o guarda-redes número 1 de França, disse que aqueles que testemunharam os incidentes racistas deviam ter denunciado os agressores e que a Udinese devia ter agido com mais firmeza na altura.

"Os adeptos que estavam nas bancadas, que viram tudo, que ouviram tudo, mas que decidiram ficar calados, são cúmplices", continuou Maignan no X. "O clube Udinese, que apenas falou em interromper o jogo, como se nada tivesse acontecido, é cúmplice".

"Não sou uma vítima (...). É um combate difícil, que exigirá tempo e coragem. Mas é um combate que vamos ganhar", concluiu o guarda-redes.

No sábado à noite, durante o jogo da 21ª jornada do Campeonato de Itália, alguns espetadores gritaram insultos racistas contra Maignan.

Depois de alertar o árbitro, Maignan abandonou o relvado, seguido pelos seus companheiros de equipa, antes de retomar o jogo cinco minutos mais tarde.

O AC Milan venceu o jogo por 3-2 e consolidou o terceiro lugar na tabela da Serie A.

A Federação Italiana de Futebol deverá pronunciar-se na terça-feira sobre a sanção imposta ao Udinese, que poderá ir de uma multa a uma suspensão do estádio, por um ou mais jogos.

O caso foi remetido para a polícia e para os tribunais que, contactados pela AFP, não avançaram qualquer pormenor sobre a investigação em curso.

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