A nova projeção, do boletim trimestral divulgado pelo Ministério das Finanças brasileiro, supera a dos economistas do mercado, que, segundo uma sondagem divulgada segunda-feira pelo Banco Central, também melhoraram significativamente a sua previsão e esperam agora uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,89%.

Tanto as autoridades brasileiras, como o mercado, descartam que o Brasil possa sofrer uma forte desaceleração económica em 2023, já que no início do ano ambos previam um crescimento tímido de 0,6%, após a expansão de 2,9% da maior economia latino-americana em 2022 e de 5,0% em 2023.

De acordo com o Ministério das Finanças, a projeção de crescimento para 2023 foi atualizada em 0,7 pontos percentuais depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter anunciado, na semana passada, um aumento surpreendente do PIB brasileiro de 0,9% no segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre, apesar das expectativas de estagnação.

A melhoria foi também atribuída à colheita recorde prevista para este ano, que permitirá ao Brasil tornar-se o maior exportador mundial de soja, milho e algodão, aos indicadores positivos até agora registados para o terceiro trimestre e à recuperação esperada da economia da China, o maior parceiro comercial do país.

Para 2024, o Governo brasileiro manteve a projeção de crescimento para o Brasil em 2,3%, dada a expectativa de que a indústria e o setor dos serviços beneficiem dos incentivos anunciados este ano pelo Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Quanto à inflação, as autoridades brasileiras mantiveram a previsão de que o índice de preços subirá 4,85% este ano, um pouco acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (4,75%), mas abaixo da taxa do ano passado (5,79%).

De acordo com o boletim, a redução dos preços dos alimentos nos últimos meses ajudou a compensar o aumento dos preços dos combustíveis.

A projeção para a inflação no Brasil em 2024 foi elevada de 3,3% para 3,4%.

MIM // MLL

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