"O Irão ajudou diretamente o Hamas antes do ataque com treino militar, fornecimento de equipamento e armas, informação de inteligência e fundos", disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, citado pela agência espanhola EFE.

Hagari afirmou durante uma conferência de imprensa em Jerusalém que o Irão continua a ajudar o grupo palestiniano que controla a Faixa de Gaza, fornecendo informações e realizando ciberataques em diferentes partes do mundo contra Israel.

Trata-se da acusação mais concreta até agora feita por Israel contra o Irão em relação ao ataque do Hamas de 07 de outubro, segundo a EFE.

As autoridades israelitas tinham afirmado anteriormente que Teerão estava por detrás do ataque, mas sem especificar de que forma.

Hagari disse ainda que os aliados do Irão no Iraque, Iémen e Líbano agem sob as ordens de Teerão.

Acrescentou que as tropas israelitas atingiram cinco "células terroristas" libanesas nas últimas 24 horas, referindo-se à milícia xiita libanesa Hezbollah.

As declarações foram feitas no dia em que dirigentes do Hamas e da Jihad Islâmica se reuniram em Beirute com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, cujo grupo é apoiado pelo Irão.

O Hezbollah afirmou em comunicado que os dirigentes decidiram "continuar a coordenação e a monitorização dos desenvolvimentos numa base diária e permanente".

Também discutiram o que "as partes do Eixo da Resistência devem fazer nesta fase delicada para alcançar uma verdadeira vitória da Resistência em Gaza e na Palestina".

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, garantiu na terça-feira ao líder do braço político do Hamas, Ismail Haniye, e ao secretário-geral da Jihad Islâmica, Ziad al Najala, apoio às milícias palestinianas no conflito com Israel.

"A resistência é forte do lado da Palestina. A estrutura política e de segurança do regime israelita ruiu e só a sua máquina de guerra funciona contra os civis", afirmou o chefe da diplomacia iraniana.

Israel declarou guerra ao Hamas na sequência do ataque que sofreu em 07 de outubro, que as autoridades israelitas disseram ter causado 1.400 mortos.

O grupo palestiniano também raptou duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns em Gaza.

O exército israelita tem bombardeado Gaza desde então, com um balanço de mais de 5.800 mortos, segundo o Hamas.

Um dia depois do ataque do Hamas, começaram trocas de tiros entre o exército israelita e o Hezbollah na fronteira do Líbano, que regista o nível de tensão mais elevado desde 2006, com um saldo de 55 mortos.

A comunidade internacional tem manifestado o receio de uma escalada na região, com países como os Estados Unidos, aliados de Israel, a advertirem Teerão de que não deve envolver-se no conflito.

Os Estados Unidos reforçaram a presença militar na região no que foi entendido como uma medida de dissuasão.

PNG (PMC/CSR) // APN

Lusa/Fim