"O que acreditamos é que a cada hora, a cada dia desta operação militar, o Governo israelita deve tomar todas as medidas possíveis ao seu dispor para distinguir entre o Hamas -- os terroristas que são alvos militares legítimos -- e os civis que não o são", disse o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em declarações à estação televisiva CNN.

"Este é o conselho que lhes damos. Isto é o que comunicámos e continuamos a fazê-lo ao mais alto nível", acrescentou Jake Sullivan, referindo que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falará hoje, novamente, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Os dois líderes têm conversado quase diariamente desde o início da guerra desencadeada após o ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, em território de Israel.

Em declarações ao canal ABC, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos disse que o Hamas estava a fazer "tudo ao seu alcance para colocar as pessoas em perigo, para usá-las como escudos humanos", mas "cabe a Israel tomar as medidas necessárias para fazer a distinção entre o Hamas, que não representa o povo palestiniano, e os civis palestinianos inocentes".

Jake Sullivan também disse que Israel deve privilegiar "operações direcionadas".

Os Estados Unidos são o principal apoiante de Israel e fornecem ajuda militar significativo.

O enviado especial dos EUA para assuntos humanitários no Médio Oriente, David Satterfield, reuniu-se hoje no Cairo com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shukri.

Segundo um comunicado do ministério egípcio dos Negócios Estrangeiros, no encontro Shukri destacou ao enviado norte-americano a necessidade de "implementação de uma trégua humanitária imediata para evitar expor os civis a novos flagelos desta escalada [israelita] sob falsas justificações em nome do direito à autodefesa".

Shukri destacou a Satterfield que o mais urgente é "intensificar os mecanismos de coordenação" para o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e "eliminar os obstáculos impostos pela parte israelita" para a entrada desta assistência.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, principalmente civis, segundo as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita desde então.

Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realiza há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.

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Lusa/fim