"A todos os problemas e desafios que caracterizam a realidade das nossas nações (do Sul) e mobilizam os nossos povos, juntam-se as medidas coercivas unilaterais, eufemisticamente designadas como sanções, que se tornaram uma prática de Estados poderosos que pretendem atuar como juízes universais, para debilitar e destruir economias e isolar e subjugar Estados soberanos", sustentou.

Observando que "Cuba não é o primeiro Estado soberano contra o qual tais medidas foram adotadas", Díaz-Canel salientou que "é aquele que há mais tempo as suporta, apesar da condenação mundial que todos os anos é expressa quase unanimemente nesta Assembleia, desrespeitada e desconsiderada na sua vontade expressa pelo Governo da maior potência económica, financeira e militar do mundo", os Estados Unidos da América.

Por isso, prosseguiu, "não posso passar por esta tribuna mundial sem denunciar, outra vez, que há 60 anos que Cuba sofre um embargo económico asfixiante, concebido para diminuir as suas receitas e o seu nível de vida, padecer de escassez permanente de alimentos, medicamentos e outros bens de primeira necessidade e coartar o seu potencial de desenvolvimento".

"É essa a natureza e são esses os objetivos da política de coerção económica e de máxima pressão que o Governo dos Estados Unidos aplica a Cuba, em violação do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas", sublinhou.

Segundo o chefe de Estado cubano, "não existe uma única medida ou ação de Cuba para prejudicar os Estados Unidos, para danificar o seu setor económico, a sua atividade comercial ou o seu tecido social".

"Não existe um único ato de Cuba que ameace a independência dos Estados Unidos, a sua segurança nacional, que ponha em causa os seus direitos soberanos, que interfira nos seus assuntos internos ou afete o bem-estar do seu povo", acrescentou, concluindo que "a conduta dos Estados Unidos é absolutamente unilateral e injustificada".

O embargo comercial, económico e financeiro dos Estados Unidos a Cuba, imposto em fevereiro de 1962, é o mais duradouro da história moderna e o mais antigo e abrangente regime de sanções económicas dos Estados Unidos contra qualquer país do mundo.

Nos termos da "Lei da Democracia Cubana", de 1992, o objetivo norte-americano declarado é manter as sanções contra Cuba "enquanto o Governo cubano se recusar a avançar em direção à democratização e a um maior respeito dos direitos humanos".

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