O relatório sobre as atividades deste grupo de trabalho da UIP, para a resolução pacífica da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, dos últimos seis meses, desde a última assembleia, realizada em março de 2023, foi hoje apresentado durante o conselho deliberativo, no último dia do encontro que decorreu esta semana na capital angolana.

O documento refere que, depois de discussões muito produtivas, o grupo de trabalho concluiu que ambas as delegações desejam tomar medidas relativamente à questão das crianças.

"Por conseguinte, como objetivo de médio prazo, o grupo de trabalho decidiu concentrar os seus esforços e consultas contínuas com ambas as delegações sobre esta matéria em específico", disse o vice-presidente do grupo, o presidente do parlamento da Namíbia, Peter Katjavivi.

Durante a 147.ª assembleia-geral da UIP foram ouvidas ambas as delegações, da Ucrânia e da Rússia, às quais se perguntou qual das cinco questões humanitárias poderá resultar numa maior cooperação por parte dos seus respetivos parlamentos e de que forma é que a 'Task Force' pode apoiar as delegações para se alcançarem resultados positivos futuros, nalgumas das cinco áreas.

O grupo referia-se, especificamente, às questões da segurança nuclear, segurança alimentar, acesso e tratamento dos prisioneiros de guerra, proteção de locais perigosos e situação das crianças afetadas por este conflito, em particular, no contexto da deslocação da população.

O relatório dá conta que tem havido reuniões regulares para analisar os desenvolvimentos e manter viva a comunicação entre as duas delegações parlamentares, estabelecendo um roteiro das atividades que podem levar a cabo com ambas as partes.

"Deploramos o facto de que a guerra continua, com inúmeras vítimas de ambos os lados e continuamos a defender a resolução pacífica, o regresso à mesa de negociação e a diplomacia parlamentar, que graças a pequenos passos possam conduzir a um diálogo e entendimento entre as partes", realça o relatório.

De acordo com o documento, o grupo de trabalho concorda também que deverá dispor de mais opções, designadamente convocar reuniões bilaterais com outros membros de ambas as delegações e cada membro contribuir com opiniões que potencialmente poderão resultar em novas respostas para a abertura de um diálogo.

As discussões com ambas as delegações concentraram-se, essencialmente, na importância de haver encontros pessoais e entre as assembleias da UIP, pelo que o grupo continuará a envidar esforços para progredir, salienta.

"Nós esperamos que venha a ser possível discussões presenciais com ambas as delegações na sede da UIP em Genebra, em 2024, com o apoio de peritos e agências especializadas das Nações Unidas, que podem vir também a participar e ajudar-nos nesta diligência", sublinha o relatório.

"Pena que as negociações de paz não sejam possíveis neste momento. Muito pode ser feito no sentido de aliviar o sofrimento humano e [para que] possamos alcançar pequenas vitórias", disse o vice-presidente do grupo, enfatizando que, como parlamentares, são responsáveis por "representar e proteger as pessoas".

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