Durante uma palestra na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, o chefe da diplomacia norte-americana disse que a invasão russa da Ucrânia é "a maior ameaça à ordem internacional" depois de vários anos de "estabilidade geopolítica" que começou com o fim da Guerra Fria.

Para contrariar estas ameaças, Blinken defendeu que os países democráticos devem "aprofundar as suas alianças", como a da NATO ou a do G7.

"Estamos a tecer as nossas alianças de forma inovadora e que se reforça mutuamente em todas as questões e continentes", disse o secretário de Estado norte-americano, acrescentando que esse foi o segredo para a atual ajuda à Ucrânia na resistência contra a invasão russa.

Blinken acusou a China de ser "o maior desafio a longo prazo", argumentando que o país asiático está a usar o seu poder económico, diplomático, militar e tecnológico para alterar a ordem internacional e criar "um mundo mais autoritário".

"Estamos num ponto de inflexão: uma era terminou e uma nova está a começar. As decisões que tomarmos agora moldarão o futuro nas próximas décadas", avisou Blinken, explicando que os Estados Unidos procuram a liderança neste novo período a partir de uma "posição de humildade" porque precisam de ganhar a confiança de outros países.

O secretário de Estado norte-americano optou por uma diplomacia de "geometria variável", através da qual se procuram alianças específicas para resolver problemas específicos, em vez de configurar grandes blocos ideológicos.

Embora os países democráticos sejam uma prioridade para o seu Governo, Blinken explicou que os Estados Unidos estão "determinados a trabalhar com qualquer país, incluindo aqueles que divergem em questões importantes, desde que queiram resolver problemas comuns" como as alterações climáticas, a alimentação insegurança ou crises migratórias.

Para Blinken, os Estados Unidos "têm hoje uma posição significativamente mais forte no mundo do que há dois anos e meio", referindo-se ao tempo do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021).

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