Na quarta-feira, o AfD avançou que Tino Chrupalla havia sido alvo de um "incidente violento" antes de subir ao palco num comício eleitoral na cidade de Ingolstadt, a poucos dias das eleições regionais no estado da Baviera, mas a polícia local apontou que o dirigente político não apresentava "sinais evidentes de ferimentos" quando foi assistido no local, antes de ser levado para uma clínica próxima.

Contudo, o Ministério Público de Ingolstadt confirmou que abriu um inquérito contra desconhecidos por suspeita de ofensas corporais, sendo esperada a divulgação de um comunicado de imprensa ainda hoje para dar conta do ponto da situação da investigação em torno do incidente que levou o dirigente do AfD ao hospital, onde ainda se encontra internado, em estado estável.

A edição 'online' da revista Der Spiegel, citando fontes próximas da investigação, adianta hoje que o líder do AfD "terá sentido uma dor" enquanto caminhava para o palco onde iria discursar, sentindo de seguida tonturas, e revela que "foi detetado um pequeno ferimento na pele, que poderia indicar uma pequena perfuração", mas continua a não haver indícios claros de um hipotético ataque, do qual nem os próprios guarda-costas de Chrupalla se aperceberam.

Sem adiantar pormenores, o AfD mantém que o co-líder do partido foi alvo de um ataque e apresentava uma "ferida perfurante", razão pela qual iam ser realizados exames sobre possíveis substâncias no corpo.

O Departamento de Investigação Criminal de Ingolstadt está a investigar o caso e, segundo o Der Spiegel, os investigadores focam as suas atenções num alfinete encontrado no local, tendo sido já solicitado aos presentes que tiraram fotografias e fizeram vídeos durante o evento a colocá-los à disposição das autoridades policiais.

Segundo a imprensa local, perto do local do comício do AfD havia uma pequena "contra-manifestação" contra a extrema-direita.

O líder do AfD na Baviera, Stephan Protschka, adiantou que Chrupalla "está a receber tratamento médico intensivo" e cancelou todos os compromissos previstos para hoje, acrescentando que já não deverá participar em mais nenhuma ação de campanha até às eleições de domingo na Baviera.

Chrupalla, 48 anos, é um dos dois líderes do partido desde 2019, juntamente com Alice Weidel.

O Alternativa para a Alemanha, fundado em 2013, tem vindo a ganhar força na cena política alemã, entrou pela primeira vez no 'Bundestag', o parlamento nacional em 2017, ao obter 10,3% dos votos, mas as recentes sondagens indicam que aquele que é considerado o partido de extrema-direita alemão de maior sucesso desde o partido nazi é hoje a segunda força política nas intenções de voto à escala nacional, com cerca de 22%, apenas atrás dos conservadores da CDU.

A popularidade do AfD vai ser novamente testada no próximo domingo, em duas eleições regionais, nos estados da Baviera e do Hesse, centro e sul da Alemanha, onde o partido também tem subido nas sondagens, embora esteja mais implementado no Leste.

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