"Posso afirmar, com toda a certeza, que qualquer nova escalada ou mesmo continuação das atividades militares será simplesmente catastrófica para o povo de Gaza", disse Grandi numa conferência de imprensa realizada hoje em Tóquio.

Sublinhando que a agência da ONU para os refugiados (ACNUR) não tem mandato oficial nos territórios palestinianos ou em Israel, Filippo Grandi admitiu que "partilha a extrema preocupação e angústia expressada por muitos dos [seus] colegas, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas" em relação ao conflito.

O alto-comissário alertou também para as "consequências incalculáveis" que pode ter o prolongamento do conflito no Líbano e noutros locais.

Quase duas semanas depois do início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada por um ataque sem precedentes realizado pelo grupo islamita, a ONU estima que os cerca de 2,4 milhões de habitantes de Gaza -- metade dos quais crianças -- estão à beira da "catástrofe" já que Israel lhes recusa qualquer acesso a água, eletricidade e combustível.

Vários camiões com a ajuda internacional esperada pelos palestinianos em Gaza continuam hoje na fronteira com o Egito, à espera de poder entrar.

Já na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu a necessidade de haver um "acesso rápido e sem obstáculos" para a ajuda humanitária a Gaza, apelando ainda a um "cessar-fogo humanitário imediato".

"Temos necessidade imediata de alimentos, de água, de combustível, de medicamentos, são muito necessários e de uma forma duradoura", referiu António Guterres.

"É necessária não uma pequena operação, mas um esforço prolongado (...), os [trabalhadores] humanitários devem conseguir fazer entrar a ajuda e distribui-la com toda a segurança" na Faixa de Gaza, acrescentou o representante, durante uma conferência de imprensa.

PMC (PCR)

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