"Estou ciente da dimensão dos desafios (...) e reafirmo que estou consciente de que o herói destes desafios é o povo egípcio que enfrentou o terrorismo e a violência, suportou a reforma económica e as suas consequências", afirmou al-Sissi num discurso transmitido pela televisão, após a divulgação dos resultados das eleições decorreram nos dias 10, 11 e 12 de dezembro.

O chefe de Estado renovou também o seu compromisso para continuar a construir um país democrático que reúne "todos os seus cidadãos respeitando a Constituição e as leis".

O Presidente, de 69 anos, afirmou que o povo egípcio não votou apenas nele nas eleições, mas também na causa palestiniana.

"Expresso o meu grande reconhecimento e gratidão a todos os que participaram neste importante evento, durante esta fase particular em que o país enfrenta vários desafios a todos os níveis", afirmou.

"Esta guerra em curso nas nossas fronteiras orientais exige todos os nossos esforços para evitar a sua continuação, representando uma ameaça à segurança nacional do Egito e à causa palestiniana no geral", afirmou.

Al-Sissi observou que os egípcios que foram votar "não estavam apenas a eleger o Presidente para um novo mandato", mas também a "expressar a todo o mundo a sua oposição sobre esta guerra desumana".

O Egito é um dos mediadores, juntamente com o Qatar e os EUA, no conflito de Gaza entre Israel e Hamas e tem estado envolvido em tréguas e libertações de reféns.

Camiões de ajuda humanitária têm entrado também no enclave palestiniano a partir do Egito através de Rafah, a única passagem não controlada por Israel.

O chefe da Autoridade Eleitoral Nacional do Egito (NEA), Hazem Badawy, proclamou al-Sissi vencedor de uma eleição com "a maior taxa de participação na história do Egito", 66,8%.

O Presidente recandidato recebeu 39.702.451 votos (89,6%), contra 97% nas eleições de 2018, enquanto o segundo candidato mais votado foi Hazem Omar, do Partido Popular Republicano (RPP), com 1.986.352 votos (4,5%).

As eleições foram marcadas pelo receio de uma possível fuga de palestinianos para o Egito, mas também pelo descontentamento generalizado da população face à grave crise económica que o país atravessa, marcada por uma taxa de inflação oficial de quase 40% e pela depreciação da libra egípcia para metade do seu valor.

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