Na leitura da decisão, o juiz do processo, Tomé Valente, justificou a absolvição pela primeira secção do Tribunal Judicial da Cidade "por insuficiência de provas" e ordenou a soltura de ambos.

O juiz acrescentou que durante a recolha de provas e durante o interrogatório não ficou provado que estes teriam sido os mandantes do crime de que estavam acusados e que nem estavam presentes na altura dos factos, no arranque da campanha para as eleições autárquicas naquela autarquia.

Neste processo, um delegado do MDM na província de Sofala e outro na cidade da Beira - cuja autarquia é liderada por aquele partido - eram acusados do rapto e detenção ilegal de um membro da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), encontrado no bairro da Munhava alegadamente a recolher cartões de eleitores.

Ambos foram detidos no dia 27 de setembro quando foram à esquadra da Polícia na cidade da Beira esclarecer este caso. Um terceiro elemento do MDM, presidente da Liga da Juventude da Província de Sofala, foi detido no dia seguinte, ao comparecer na esquadra para falar com os colegas, por suspeita de envolvimento, contudo o tribunal considerou a sua detenção ilegal e excluiu-o do processo.

O MDM foi anunciado no sábado vencedor das eleições autárquicas na Beira, o único munícipio em que um partido da oposição venceu, com a vitória nos restantes a ser atribuída - embora fortemente contestadas por observadores, sociedade civil e partidos da oposição - à Frelimo, partido no poder.

Nestas sextas eleições autárquicas, 4,8 milhões de eleitores moçambicanos escolheram os seus representantes em 65 autarquias, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove - a Renamo em oito e o MDM em uma.

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