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Newsletter diária • 04 ago 2023

 
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Transexuais são "filhos de Deus". Mas serão irmãos dos católicos?

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

Francisco trouxe à Igreja uma abertura há muito esperada pelos católicos mais liberais e também pelos não católicos, que olhavam de soslaio para práticas mais retrógradas da Igreja. Como se vê pelo número de jovens que está em Lisboa, a Igreja é feita de muita gente e de gente muito diferente. Mas se o Papa fala por todos, e encaminha o pensamento de todos, tem feito um longo caminho e aberto portas que possibilitam todos os caminhos que ainda falta percorrer.

Lisboa tem sido festa, alegria e união. E seja qual for o motivo que nos traz este ambiente, é sempre de valorizar. Principalmente depois dos anos duros e escuros que o mundo e a Europa têm passado. Mas mesmo quando há luz, há quem tenha sobre si uma nuvém muito negra fruto de tabus e preconceitos. Se a bandeira transexual já tinha sido censurada na Jornada, ontem deu-se um passo maior na incapacidade de amar e aceitar. Uma missa de católicos LGBTQIA+ foi perturbada por invasores católicos conservadores.

Um grupo de uma dezena de pessoas invadiu  a igreja paroquial de Nossa Senhora da Encarnação, na Ameixoeira, em Lisboa, tentando boicotar a celebração de uma eucaristia com católicos LGBTQIA+. No final, o grupo que brandia crucifixos foi retirado da igreja e identificado pela polícia. Os provocadores incorrem agora no crime de “impedimento, perturbação ou ultraje a acto de culto”.
O Papa Francisco tem sido claro na mensagem, a Igreja é de "todos", e no acolhimento até repetiu "todos" para que "todos" entendessem bem. Mas como para alguns a mensagem não tem passado numa entrevista, à publicação espanhola Vida Nueva Digital, não quis deixar dúvidas e disse que "os transexuais são filhos de Deus".
O Bispo de Roma disse aos jovens para serem valentes e não terem medo, estará ciente que a valentia dos jovens LGBTQIA+ no geral, e os LGBTQIA+ católicos em particular, terá que ser maior e posta mais vezes à prova. Francisco e a Igreja têm em mãos a importante responsabilidade de tornar o caminho destes jovens mais leve.
 
 
 
 

 
 

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