*Com Lusa
Auxiliares em greve e jovens médicos que (por enquanto) não desistem
Edição por Raquel Almeida
A adesão à greve dos auxiliares de ação médica e assistentes técnicos atingiu hoje os 100% nalguns hospitais do país, como é o caso de Tondela, e a média nacional rondou os 95%, segundo os sindicatos.
A Federação dos Trabalhadores dos Sindicatos da Função Pública já esperava uma grande adesão, com impacto nas consultas externas, internamentos e cirurgias, "que não se fazem se não houver um auxiliar".
A greve arrancou às 00h00 e prolonga-se por todo o dia de hoje. Entre as reivindicações, estão a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, a valorização da carreira de assistente técnico, a aplicação das 35 horas semanais de trabalho a todos os trabalhadores da saúde e a admissão dos efetivos necessários ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Apesar das falhas, queixas e greves, médicos internos não desistem de fazer carreira no SNS. As falhas estruturais no sistema, a insuficiência de recursos humanos e a perde de poder de compra são alguns dos problemas apontados. "Ainda que não seja um sim absoluto - é um sim condicional -, sim, gostaria de continuar" disse um médico interno de Ortopedia, que por enquanto não desiste.
Os próprios estudantes de Medicina têm alertado para a falta de investimento na formação. "Subfinanciamento dos recursos das escolas médicas, escassez dos recursos humanos, métodos de ensino desatualizados e a ausência na digitalização da Saúde" são alguns dos problemas apontados.
Por outro lado, a estratégia de alguns médicos passa por ir para cidades onde possam ter mais tempo para a família, estar mais próximo dos utentes e ainda concretizar desafios profissionais. É o caso do médico Tiago Mendes, que escolheu fixar-se em Vila Real por causa da família e que diz que, "agora, um utente não é um número, é uma pessoa, com as suas necessidades, com as suas expectativas". Acredita que é isso que é a "proximidade com as pessoas" que torna a profissão tão rica.
*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pela jornalista Ana Maria Pimentel
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Não gosto de todas as pessoas e ainda bem que assim é. Não faço questão de que gostem de mim e digo, muitas vezes, que tenho bons amigos, não preciso de mais. Mas faço por ser correcta, por ser educada. Continuar a ler