Esta é uma notícia avançada pela agência internacional Reuters, que esclarece que esta operação não pretende ser uma venda, mas sim uma separação ou (spin-off, em inglês) da marca de gelados.

Entre as marcas de gelados da Unilever estão nomes conhecidos como a Magnum, Ben & Jerry's, Perna de Pau e o clássico Cornetto de morango. Em Portugal operam desde 1959, como Olá, com uma fábrica situada em Santa Iria.

Segundo a agência internacional, esta foi uma decisão aplaudida pelos investidores, sendo que fez com que as ações da Unilever, uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, subissem quase 6% a certa altura.

Esta separação irá começar imediatamente e deverá ser concluída até o final de 2025, segundo a empresa que está atualmente cotada na bolsa de Londres. O negócio de gelados está “em processo de mudança para uma sede principal separada em Amesterdão”, mas o CEO Hein Schumacher anunciou numa conferência de imprensa que estava “aberto a opções” sobre onde este negócio seria cotado.

O negócio de gelados representa cerca de 16% das vendas globais da Unilever e, em alguns países, contribui com um terço ou 40%.

O grupo, atualmente com mais de 400 marcas, entre elas o sabonete Dove, Marmite e os condimentos Hellmann's, também lançou um programa para reduzir custos de cerca de 800 milhões de euros nos próximos três anos. As novas alterações propostas vão ter impacto em cerca de 7.500 postos de trabalho a nível mundial, principalmente em localizações, com custos totais de reestruturação previstos em cerca de 1,2% do volume de negócios global durante este período.

Os cortes vão afetar cerca de 5,9% da força de trabalho da Unilever, ou seja, aproximadamente 128 mil pessoas.

“Estamos a analisar toda a organização, tanto na nossa sede, no centro corporativo, como nos pontos de coordenação de grupos empresariais, bem como nas unidades de negócios nos países”, disse Schumacher, sem detalhar que regiões seriam mais atingidas por cortes de pessoal.

O objetivo é aumentar o ritmo de crescimento das vendas para entre 4% e 6%, e deverá resultar num aumento da margem de lucro (mas que não será substancial), disse a empresa.

Recorde-e que em outubro do ano passado, Schumacher já tinha anunciado que o plano era focar a Unilever em 30 das suas marcas mais rentáveis, as que representam 70% das vendas totais da empresa, recorda a Reuters.