“A inflação está indesejavelmente alta e deverá permanecer acima da nossa meta durante algum tempo. Garantiremos que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo”, disse hoje a presidente do BCE, Christine Lagarde, durante a conferência de imprensa, após a reunião de política monetária do conselho de governadores da zona euro.

A responsável do banco central realçou que as pressões inflacionistas se ampliaram e se intensificaram, com os preços de muitos bens e serviços a aumentarem fortemente, destacando que as projeções divulgadas hoje pelo BCE indicam que a inflação irá continuar indesejavelmente elevada durante algum tempo.

O BCE reviu em alta as projeções de inflação para 6,8% este ano, antes de cair para 3,5% em 2023, acima dos 5,1% em 2022 e 2,1% em 2023 previstos em março.

Lagarde explicou que desta forma a instituição decidiu “dar novos passos na normalização de política monetária”, reforçando que a calibração da política monetária irá continuar dependente de dados e irá refletir a avaliação das perspetivas em evolução.

“Estamos prontos para ajustar todos os nossos instrumentos dentro de nosso mandato, incorporando flexibilidade, se necessário, para garantir que a inflação se estabilize na nossa meta de 2% no médio prazo”, disse.
O BCE manteve hoje as taxas de juro, mas anunciou que irá subir a taxa diretora em 25 pontos base na reunião de julho, mês no qual termina a partir de dia 01 a compra de ativos.

“A agressão injustificada da Rússia à Ucrânia está a afetar gravemente a economia da zona euro e as perspetivas ainda são rodeadas por alta incerteza. Mas estão reunidas as condições para que a economia continue a crescer e a recuperar ainda mais no médio prazo”, disse.