“As previsões da Comissão Europeia mostram que o cenário macroeconómico e orçamental apresentado pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2022 é credível e que os portugueses podem ter confiança no futuro”, pode ler-se num comunicado enviado pelo Ministério das Finanças às redações.

A Comissão Europeia (CE) estima que o crescimento da economia portuguesa suba para 4,5% este ano e 5,3% no próximo. As previsões hoje conhecidas contrastam com as anteriores, que apontavam para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 3,9% este ano e 5,1% em 2022. Ainda assim, apesar da subida, os números de Bruxelas ficam aquém das estimativas do Governo, que espera um crescimento económico de 4,8% este ano e 5,5% no próximo.

As previsões de Bruxelas “confirmam, ainda, que o contexto de incerteza política que atravessamos não teve origem em problemas financeiros nem numa crise de finanças públicas, como aconteceu no passado”, refere o ministro de Estado e das Finanças.

João Leão também assinala que os números hoje dados a conhecer por Bruxelas “mostram que a atual situação não está a ser percecionada como um risco para as metas previstas no cenário apresentado pelo Governo em outubro”.

No comunicado, o Ministério das Finanças assinala que as previsões de Bruxelas confirmam “as perspetivas de forte recuperação económica do país, em linha com as estimativas apresentadas na proposta de Orçamento do Estado para 2022”, apesar de serem mais pessimistas.

O gabinete de João Leão realça que “as estimativas da CE confirmam que Portugal vai voltar a crescer significativamente acima da zona euro em 2022, com um crescimento de 5,3%, 1 p.p. [ponto percentual] acima da zona euro (4,3%)”.

Quanto às finanças públicas, “a melhoria das previsões da CE para o défice orçamental está alinhada com o valor apresentado pelo executivo na proposta de Orçamento do Estado para 2022, confirmando a credibilidade das contas do Governo”.

Já relativamente à redução da dívida pública, os números “mostram que Portugal está no bom caminho para assegurar a sustentabilidade das finanças públicas e a estabilidade financeira”.

Siza Vieira diz que estimativas estão em linha com o que se sente na economia

Instado a reagir aos dados às Previsões Económicas anunciadas hoje pela Comissão Europeia, Pedro Siza Vieira disse olhar para os números como "correspondendo àquilo" que todos estão "a observar e a sentir na economia portuguesa".

"Estamos a ter uma recuperação mais forte do que aquilo que se estimava há uns meses. Isso ficou muito evidente com o comportamento da economia no terceiro trimestre, está a ser consistente com os dados que estamos a ter agora neste quarto trimestre e, portanto, tal como o Governo português, também a Comissão Europeia reviu agora as suas previsões em alta quer para este ano, quer para o próximo", disse Pedro Siza Vieira no 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, em Albufeira.

Bruxelas espera ainda que o défice português atinja os 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e que a dívida pública chegue aos 128,1% do PIB este ano, previsões piores do que as do Governo.

Por outro lado, o executivo europeu prevê que a taxa de desemprego portuguesa atinja os 6,7% este ano, uma previsão mais otimista do que a do Governo, prevendo descidas subsequentes em 2022 e 2023.