O ministro Paulo Guedes destacou, durante um seminário económico, que as projeções para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 caíram dos 9% previstos anteriormente por entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) para entre 4% e 5%.

O governante explicou que a retomada das atividades económicas no Brasil após a paralisação causada pela pandemia do novo coronavírus ocorreu num ritmo muito mais rápido do que o esperado pelo Governo.

Em relatórios publicados na terça-feira, as agências de ‘rating’ Fitch e Moody’s indicaram que o rápido processo de reabertura no Brasil já se reflete em indicadores económicos mais positivos e permite projetar uma retração económica para 2020 menor do que a inicialmente prevista.

A Fitch reduziu sua projeção de contração da economia brasileira este ano de 7,0% para 5,8%, graças à retomada gradual de todas as atividades no Brasil.

Já a Moody’s projeta uma queda de 6,2% no PIB brasileiro deste ano, muito abaixo das projeções pessimistas feitas por outras agências de classificação de risco nos últimos meses.

Ambas as projeções estão próximas às de economistas de mercado consultados na semana passada pelo Banco Central e que afirmaram esperar uma queda do PIB brasileiro de 5,3% este ano, sendo menos pessimistas do que instituições como o Banco Mundial e o FMI, que calculam uma retração entre 8% e 9%.

Apesar de ser o segundo país com mais mortes devido à covid-19 no mundo, com mais de 127 mil óbitos, e o terceiro com mais infeções, com quase 4,2 milhões de casos, o Brasil iniciou em maio um rápido processo de reativação gradual das atividades económicas.

A reabertura económica não impediu o país de registar uma retração histórica de 9,7% do PIB no segundo trimestre do ano em relação ao primeiro, embora tenha sido uma queda menor do que a inicialmente previsto e inferior à sofrida pela maioria das economias emergentes e outros países latino-americanos.

Como já havia caído 2,5% no primeiro trimestre, a economia brasileira entrou novamente em recessão, após três anos consecutivos de recuperação da grave crise que atravessou em 2015 e 2016.

O Ministério da Economia projeta uma retração de 4,7% para este ano, mas membros da equipa económica indicaram que essa projeção será revista em baixa, por considerarem que o pior momento da crise já passou.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.